Transformando 'verdades abstratas' em 'verdades concretas': uma análise sobre a metodologia econômica de John Stuart Mill
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0101-41612004000100004Palavras-chave:
John Stuart Mill, método dedutivo, "homem econômico", ciência da economia política, etologia, abstração, economia aplicadaResumo
Visa-se explicar como se daria, segundo Mill, a transformação das 'verdades abstratas' da ciência da economia política - engendradas a partir da utilização da abstração 'homem econômico' - em 'verdades concretas' passíveis de serem utilizadas para previsão dos eventos e como base para a formulação de política econômica. Argumenta-se que seria necessário não só 'humanizar' o 'homem econômico', levando em conta motivações humanas que são propositadamente excluídas pela ciência da economia política, como também considerar peculiaridades institucionais de cada caso. Conclui-se que, apesar do sucesso de Mill em transformar verdades abstratas em concretas, os seus escritos metodológicos são por demais vagos e insuficientes para nos servir de guia nesta importante questão.Downloads
Referências
Bibliografia Primária
MILL, John Stuart. Autobiography. London: Penguin Books, 1989.
MILL, John Stuart. Da definição de economia política e do método de investigação próprio a
ela. Tradução de Pablo Mariconda, Coleção: Os Pensadores, v. XXXIV. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
MILL, John Stuart. On the definition of political economy and the method of philosophical
investigation in that science. In: CW IV. Toronto: University of Toronto Press, 1967.
MILL, John Stuart. Principles of political economy with some their applications to
social philosophy. In: CW II e III. Toronto: University of Toronto Press, 1965.
MILL, John Stuart. The logic of moral science: a repress of a system of logic. Book VI.
Londres: Ducksworth, 1987.
Bibliografia Secundária
AYER A. J. Introdução ao The logic of moral science. London: Duckworth, 1987.
BAIN, A. John Stuart Mill. A criticism: with personal recollection. London: Longmans Green, 1882.
BLAUG, M. Metodologia da economia ou como os economistas explicam. São Paulo: EDUSP, 1993.
CHALMERS, A. F. O que é ciência afinal? São Paulo: Editora Brasiliense, 1999.
COLLINI, S. et alii. That noble science of politics: a study in 19th century intellectual history. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.
DE MARCHI, N. John Stuart Mill interpretation since Schumpeter. In: W. O. (ed.), Classical political economy: a survey of recent literature. Boston: Kluwer Academic Publishers, 1988.
DE MARCHI, N. Putting the evidence in it’s place: John Stuart Mill’s early struggles
with ‘the facts in the concrete. 2000. Mimeografado.
DE MARCHI, N. The empirical content and longevity of Ricardian economics. Economica, v. XXXVII, n. 147, Aug. 1970.
DE MARCHI, N. The success of Mill’s principles. HOPE, v. 6, n. 2, 1974.
EDGEWORTH, F. John Stuart Mill. In: HIGGS, Henry (ed,), Palgrave Dictionary of Political Economy. London: Augustus M. Kelley, 1896.
FEUER, L. S. John Stuart Mill as a sociologist: the unwritten ethology. In: James and John Stuart Mill: papers of the centenary conference. Toronto: University of Toronto Press, 1976.
FONSECA, E. G. Comportamento individual: alternativas ao homem econômico. Revista Estudos Econômicos, v. 20, n. especial, p. 5-37, 1990.
HAUSMAN, D. M. J. S. Mill’s philosophy of economics. Philosophy of Science,
, Sept. 1981.
HAUSMAN, D. M. J. S. The inexact and separate science of economics. Cambridge: Cambridge
University Press, 1992.
HIRSCH, A. John Stuart Mill on verification and the business of science. HOPE, v. 24, n. 4, 1992.
HIRSCH, A. A reply to Hollander’s and Peart’s “John Stuart Mill’s method”. JHET, v. 22, n. 3, Sept. 2000.
HOLLANDER, S. The economics of John Stuart Mill. 2 volumes. Toronto: University of Toronto Press, 1985.
HOLLANDER, S.; PEART, S. John Stuart Mill’s method in principle and practice: a review of the evidence. JHET, v, 21, n. 4, Dec. 1999.
HOLLANDER, S.; PEART, S. A rejoinder to Abraham Hirsch. JHET, v. 22, n. 3, Sept. 2000.
LEARY, D. The fate and influence of J. S. Mill’s proposed science of ethology. JHI, v. XVIII, n. 3, 1982.
LEWISOHN, D. Mill and Comte on the methods of social sciences. JHI, v. 33, n. 2, 1972.
MARSHALL, A. Apendix B - The growth of economic science, Apendix C - The scope and method of economics, Apendix D - Uses of abstract
reasoning in economics. In: Principles of economics. Philadelphia: Porcupine Press, 1982.
MATTOS, L. V. Economia política e mudança social - a filosofia econômica de John Stuart Mill. São Paulo: Edusp, 1998.
MATTOS, L. V. A natureza humana e o ‘homem econômico milliano. Revista
Estudos Econômicos, v. 27, n. 1, p. 69-96, jan./abr. 1997.
MATTOS, L. V. A economia política como ciência autônoma - um estudo sobre as
contribuições metodológicas de John Stuart Mill. Revista de Economia Política, v. 19, n. 76, 1999a.
MATTOS, L. V. John Stuart Mill, o socialismo e a sua utopia liberal: uma aplicação
de sua visão de instituições sociais. Revista Estudos Econômicos, v. 29, n. 3, p. 395-414, jul./set. 1999b.
MOTTA, J. F. Sobre o papel do erro no avanço do conhecimento científico e na economia política de John Stuart Mill. In: BIANCHI, A. M. (org.), Metodologia da economia: ensaios. São Paulo: IPE-USP, 1988.
PEART, S. ‘Disturbing causes’, ‘noxious errors’, and the theory-practice distinction in the economics of J. S. Mill and W. S. Jevons. Canadian Journal of Economics, XXXVIII, n. 4b, November 1995.
PEART, S.; LEVY, D. Denying human homogeneity: eugenics & the making of neoclassical economics. Trabalho apresentado no Encontro da History of Economics Society, junho de 2000.
PERSKY, J. Retrospectives: the ethology of homo economicus. Jornal of Economic Perspectives, v. 9, n. 2, Spring 1995.
POPPER, K. The autonomy of sociology. In: SCHNEEWIND, J. B. (ed.), Mill: a collection of critical essays. London, 1968.
PRADO, E. F. S. Economia como ciência. São Paulo: IPE-USP, 1991.
RYAN, A. The philosophy of John Stuart Mill. New Jersey: Humanities Press International Inc, 1990.
WHITAKER, J. J. S. Mill’s methodology. Journal of Political Economy, v. 83, n. 5, 1975.
WINCH, D. Marginalism and the boundaries of economic science. HOPE, v. 4, n. 2, 1972.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2004 Laura Valladão de Mattos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A submissão de artigo autoriza sua publicação e implica o compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico.
A revista não paga direitos autorais aos autores dos artigos publicados.
O detentor dos direitos autorais da revista é o Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo.