Sem medo de flutuar? O regime cambial brasileiro pós-1998

Autores

  • Francisco Eduardo Pires de Souza Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Economia Autor

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-41612005000300005

Palavras-chave:

regime cambial brasileiro, flutuação cambial, medo da flutuação, arranjos cambiais

Resumo

O presente trabalho faz uma avaliação do arranjo cambial implantado no Brasil em 1999. Utilizando-se de indicadores do tipo Calvo-Reinhart faz-se uma comparação das características do regime brasileiro com o de outros países, com vistas a verificar se há evidências de "medo da flutuação". Tais indicadores mostram que o comportamento do governo deste país é bem mais intervencionista do que o de países que se caracterizam por uma flutuação genuína. Por outro lado, ao se fazer uma análise por períodos, percebe-se que, na ausência de choques externos fortes, o regime brasileiro se assemelhou a uma flutuação pura. Além disso, as evidências parecem sugerir que as autoridades monetárias manifestam medo maior de um desalinhamento grande da taxa real de câmbio do que da volatilidade cambial propriamente dita.

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Publicado

01-09-2005

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Souza, F. E. P. de. (2005). Sem medo de flutuar? O regime cambial brasileiro pós-1998 . Estudos Econômicos (São Paulo), 35(3), 519-545. https://doi.org/10.1590/S0101-41612005000300005