Overeducation e undereducation no Brasil: incidência e retornos

Autores

  • Maria Dolores Montoya Diaz Universidade de São Paulo. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Departamento de Economia Autor
  • Luciano Machado Universidade Federal de Minas Gerais Autor

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-41612008000300001

Palavras-chave:

sobreeducação, subeducação, economia da educação, Brasil

Resumo

Nos países desenvolvidos, a literatura acerca da sobreeducação encontra-se em expansão. Há vários autores preocupados com a existência de diferenças entre os requisitos educacionais das ocupações e a escolaridade possuída pelos indivíduos e os seus efeitos. O objetivo deste artigo é acrescentar evidências a essa literatura, avaliando a incidência e os retornos da sobreeducação e da subeducação no Brasil, nas Grandes Regiões e no Estado de São Paulo. Também foram analisadas as diferenças por gênero e por grande grupo ocupacional. Foram utilizados dados do Censo de 2000 e da Classificação Brasileira das Ocupações de 2002. Entre as regiões, os níveis de adequação oscilaram entre 25% e 31% e os de sobreeducação entre 14% e 19%. A região Sudeste apresentou a maior taxa de adequação e a região Sul a maior taxa de sobreeducação. O Nordeste apresentou a mais alta subeducação, sendo que quase 60% dos trabalhadores encontravam-se nesta condição. Relativamente aos retornos, a comparação entre os resultados de homens e mulheres evidenciou que o retorno de ser sobreeducada era de 13,9%, enquanto o de ser sobreeducado era de 12,1%. Verificamos, também, no caso dos homens, que o retorno da sobreeducação é maior nas regiões Centro-Oeste (12,7%) e Sudeste (12,4%). No caso das mulheres, constatamos que as duas regiões de maior dinamismo econômico - Sudeste e Sul - apresentaram menores retornos da sobreeducação (13,6% e 12,1%, respectivamente).

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BRASIL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo, 2000.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Classificação Brasileira das Ocupações de 2002 (livros 1 e 2), 2002.

BÜCHEL, F.; MERTENS, A. Overeducation, undereducation, and the theory of career mobility. Applied Economics, v. 36, n. 8, p. 803-816, 2004.

DUNCAN, G.; HOFFMAN, S.D. The incidence and wage effects of overeducation. Economics of Education Review, v. 1, n. 1, p. 75-86, 1981.

FERREIRA, S.G. The provision of education and its impacts on College Premium in Brazil. Revista Brasileira de Economia, v. 58, n. 2, p. 211-233, 2004.

FUVEST. Manual do Candidato, 2000.

Green , F.; Mcintosh , S.; Vignoles , A. The utilization of education and skills: evidence from Britain. Manchester School, v. 70 n.6, p. 792-811, 2002.

GROOT, W.; MAASSEN VAN DEN BRINK, H. Overeducation in the labor market: a meta-analysis. Economics of Education Review, v. 19, n. 2, p. 149-158, 2000.

HARTOG, J. Over-education and earnings: where are we, where should we go? Economics of Education Review, v. 19, n. 2, p. 131-147, 2000.

MCGUINNESS, S. Overeducation in the Labour Market. Journal of Economic Surveys, v. 20, n. 3, p. 387-418, 2006.

MCGUINNESS, S; Bennett , J. Overeducation in the graduate labour market: a quantile regression approach. Economics of Education Review, 2006. In press.

MINCER, J. Schooling, experience, and wages. New York: National Bureau of Economic Research, 1974.

QUINN, M.A.; RUBB, S. Mexico’s labor market: the importance of education-occupation matching on wages and productivity in developing countries. Economics of Education Review, v. 25, n. 2, p. 147-156, 2006.

RUBB, S. Overeducaton in the labour market: a comment and re-analysis of a meta-analysis. Economics of Education Review, v. 22, n. 6, p. 621–629, 2003.

RUBB, S. Overeducation, undereducation, and the theory of career mobility: a comment and a note on underemployment. Applied Economics Letters, v. 12, n. 2, p. 115-118, 2005.

RUMBERGER, R.W. The impact of surplus schooling on productivity and earnings. Journal of Human Resources, v. 22, n. 1, p. 24-50, 1987.

SANTOS, A.M. Overeducation no mercado de trabalho brasileiro. Revista Brasileira de Economia de Empresas, v. 2, n. 2, p. 1-22, 2002.

SCHWARTZMAN, S. Equity, quality and relevance in higher education in Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 76, n. 1, p. 173-188, 2004.

SICHERMAN, N. Overeducation in the labor market. Journal of Labor Economics,

Downloads

Publicado

01-09-2008

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Diaz, M. D. M., & Machado, L. (2008). Overeducation e undereducation no Brasil: incidência e retornos . Estudos Econômicos (São Paulo), 38(3), 431-460. https://doi.org/10.1590/S0101-41612008000300001