Automação e trabalho: Marx igual a Adam Smith?

Autores

  • Benedito Rodrigues de Moraes Neto Autor

Palavras-chave:

automação, desqualificação versus qualificação do trabalho, Marx versus Smith Babbage - Braverman sobre divisão do trabalho, o sentido da desqualificação em Marx, automação de base microeletrônica

Resumo

Procura-se criticar a proposição segundo a qual os requerimentos de qualificação para o trabalho nos modernos sistemas automatizados sob base microeletrônica significam a negação da colocação marxista de crescente desqualificação do trabalho ao longo do desenvolvimento tecnológico. Ao buscar a especificidade do pensamento de Marx sobre a questão, e ao trazer esse pensamento para a atualidade, chega-se a noção de que a fábrica moderna e, na verdade, reflexo da desqualificação do trabalho direto sob o conceito de Marx. A concepção mais usual de desqualificação (atribuida erroneamente a Marx) e, na realidade, de cárater smithiano; sob esse prisma, e feita uma análise crítica de Trabalho e Capital Monopolista, de Braverman, que passou a ser visto como a interpretação por excelência das ideias de Marx sobre o tema.

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Publicado

01-03-1995

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Moraes Neto, B. R. de. (1995). Automação e trabalho: Marx igual a Adam Smith?. Estudos Econômicos (São Paulo), 25(1), 53-75. https://www.revistas.usp.br/ee/article/view/160317