Entre o texto e a vida: uma leitura sobre as políticas de educação especial

Autores

  • Carla K. Vasques Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Simone Moschen Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Roselene Gurski Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022013000100006

Palavras-chave:

Educação especial, Transtornos globais do desenvolvimento, Políticas inclusivas, Desigualdade, Diferença

Resumo

À margem da agenda política do Estado, a educação especial tradicionalmente se organizou como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, em classes e escolas especiais. Nas últimas décadas, o Brasil, em consonância com movimentos internacionais, estabeleceu uma série de leis, políticas e programas para combater as desigualdades e a exclusão escolar. Nesse movimento, sujeitos com transtornos globais do desenvolvimento (TGD), tradicionalmente apartados dos processos de escolarização, são recebidos nas salas de aula e no velho pátio da escola. Quais racionalidades sustentam as formas de nomear e identificar esses alunos? Como compreender as relações entre os diagnósticos, as políticas e a inscrição das (im)possibilidades escolares? Em que medida as políticas inclusivas de educação especial desconstroem sentidos que relacionam os TGD à ineducabilidade, ou, ainda, a diferença à anormalidade e à inferioridade? O presente ensaio discute a implementação das diretrizes inclusivas considerando o texto político e seus efeitos no contexto da prática. A hermenêutica filosófica oferece os tempos e os focos da leitura. O argumento é tecido com e a partir das falas de um aluno e de professores, em diferentes campos de pesquisa. Do texto à vida, o incremento das matrículas; a proliferação dos sentidos sobre esses alunos e as possibilidades escolares; a atualização de antigos impasses perante o novo, o diferente. Se, no âmbito dos princípios, são reconhecidas a igualdade e as diferenças, na concretude das escolas ainda persiste a noção do diferente como desigual. Da inclusão ao pertencimento, aposta-se no diálogo como valoração da alteridade e condição de pertença.

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Publicado

2013-03-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Entre o texto e a vida: uma leitura sobre as políticas de educação especial . (2013). Educação E Pesquisa, 39(1), 81-94. https://doi.org/10.1590/S1517-97022013000100006