Reflexões sobre a presença do Movimento Negro Contemporâneo (1960-1990) em Livros Didáticos (2008, 2011 e 2014): a causa estadunidense enquanto comparação
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v8i8p198-235Palavras-chave:
Democracia racial, Ensino de história, Livros didáticos, Movimento Negro Contemporâneo, Pós-abolição, RepresentaçãoResumo
Partindo das contribuições teóricas de Chartier (1991), Hall (2016) e Ricouer (2007) acerca do conceito “representação”, o presente trabalho utilizou como objeto 18 volumes de livros didáticos (e cada um destes de uma coleção distinta) aprovados e reeditados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) nos anos de 2008, 2011 e 2014 e destinados ao último ano do Ensino Fundamental. Procurou-se identificar nestes os tratos dispensados à experiência afro-brasileira no pós-abolição, especificamente no recorte das atividades do Movimento Negro Contemporâneo aqui por nós entendido como entre 1970 e 2000. Tal adoção temporal se justifica por permitir que outras variantes de resistência sejam identificadas para além do modo institucionalizado que tem seu início marcado tradicionalmente em 1978 com o surgimento do Movimento Negro Unificado (MNU). Ademais, estende-se o recorte de análise dos livros didáticos até 1960. Tal ação se justifica por permitir que nos atentemos para as atividades estadunidenses semelhantes que se intensificam sobretudo nas décadas de 50 e 60 e, assim, apontar de que maneira a narrativa didática a aborda. Concluído tal movimento, torna-se possível sustentar algumas propostas, como: preferências sobre o que é entendido como “movimento social”, o que se desdobra na continuidade de “valores” que eram forçosamente propostos pelo Regime Militar (1964-1985) vigente no período. Assim, pretende-se apontar para a afirmação de que o Movimento Negro Contemporâneo brasileiro carece de maior espaço nas coleções didáticas para que se atribua a luta do Movimento Negro maior sentido de longevidade e continuidade.
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