Preto não traz confiança: Moacir Barbosa do Nascimento e a Síndrome de Goleiros negros no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v9i1p83-101Palavras-chave:
Barbosa, Goleiros, Seleção Brasileira, Racismo estrutural, Futebol brasileiroResumo
O presente artigo busca debater o racismo estrutural exerce poder no futebol brasileiro, sobretudo na posição de goleiros. Como ponto-chave desse artigo, há o debate sobre a figura de Moacir Barbosa do Nascimento, goleiro da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950 e principal acusado pelo vice-campeonato do escrete nacional. O artigo percorre a trajetória do futebol desde a sua chegada ao país e a partir de apontamentos estatísticos, expõe como os negros foram sumariamente afastados das posições defensivas e como o gol de Ghiggia, foi utilizado como pretexto para afastar goleiros negros na seleção brasileira e no futebol nacional. A partir do debate bibliográfico aponta a existência de um preconceito exacerbado na sociedade para com goleiros negros, que o “frango” de Barbosa tornou-se uma herança nacional e que o mito da democracia racial não pode ser usado no futebol brasileiro.
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