A trajetória de Adélia Sampaio no cinema brasileiro (1984-2017): críticas à sociedade conservadora

Autores

  • Catarina Silva Bijotti Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v11i1p122-151

Palavras-chave:

Adélia Sampaio, Cinema brasileiro, Cinema LGBTQIA , Feminismo, História do Cinema Brasileiro

Resumo

Este artigo tem como objetivo tratar de dois filmes da cineasta Adélia Sampaio, o longa-metragem Amor Maldito (1984) e o curta-metragem O mundo de dentro (2017). A cineasta foi a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil, que teve o mérito de tratar de um tema tabu no cinema brasileiro: o relacionamento entre duas mulheres. O curta-metragem é um monólogo que tem como objetivo refletir sobre a ditadura no Brasil e nossa política contemporânea. Partindo de uma análise fílmica proposta por Morettin (2003), a pesquisa usa os filmes como suas fontes principais para compreender sua época. Pretendemos compreender o cinema brasileiro no período a partir da trajetória de Sampaio. Verificaremos como nos filmes existe uma forte crítica à moral da sociedade brasileira e a presença de um certo pessimismo em relação a este cenário.

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Referências

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Imagens:

Imagem 1: Cena do filme Amor Maldito (Adélia Sampaio, 1984). Sueli se banha enquanto Fernanda observa.

Imagem 2: Cena do filme Amor Maldito (Adélia Sampaio, 1984). Uma enorme cruz cristã ocupa o quadro acima do juiz.

Imagem 3: Cena do filme Amor Maldito (Adélia Sampaio, 1984). Amigo de Fernanda depõe no tribunal.

Imagem 4: Cena do filme O mundo de dentro (Adélia Sampaio, 2017). A personagem diante dos dois espelhos.

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Publicado

2022-10-09

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Artigos

Como Citar

Bijotti, C. S. . (2022). A trajetória de Adélia Sampaio no cinema brasileiro (1984-2017): críticas à sociedade conservadora. Epígrafe, 11(1), 122-151. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v11i1p122-151