Passagens adolescentes em afrodiáspora: do estado-coisa ao estado de sujeito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v27i3p379-389

Palavras-chave:

Imigração, Adolescência, Proteção à infância, Psicanálise, Trauma

Resumo

Propomos uma reflexão sobre o acolhimento da urgência subjetiva e a orientação de jovens originários da África subsaariana nos serviços da rede de proteção da infância francesa. A partir do acompanhamento clínico de uma adolescente de origem senegalesa, realizado durante um ano em um centro de acolhimento de jovens menores não acompanhados da família e em situação de migração, apresentaremos os pilares de uma práxis psicanalítica realizada nestas condições. Em um segundo momento, abordaremos um caso clínico no qual a urgência subjetiva se apresenta pelo viés da perplexidade como resposta a violações sexuais, errância e exílio vividos em um percurso migratório. Finalmente, refletiremos sobre a apropriação do estrangeiro-íntimo como potencialidade de reedição narrativa e produção de ancoragens diante do trauma.

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Biografia do Autor

  • Aline Guimarães Bemfica, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Psicanalista, doutora e pós-doutora no Programa de pós-graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

  • Maria Cristina Poli, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2022-12-18

Como Citar

Passagens adolescentes em afrodiáspora: do estado-coisa ao estado de sujeito. (2022). Estilos Da Clinica, 27(3), 379-389. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v27i3p379-389