Prorrogação da chamada: Dossiê Etnografias ao Toque de Tela - explorando métodos, éticas e conhecimento antropológicos com smartphones
Dossiê
Etnografias ao toque de tela - explorando métodos, éticas e conhecimento antropológicos com smartphones.
Organização: Angela Torresan, Andrea Barbosa, Antônia Gama e Tatiana Bacal
Recebimento de contribuições para as várias sessões da revista até 30 de setembro pelo site https://www.revistas.usp.br/gis.
A relação entre a antropologia e as novas tecnologias de produção audiovisual tem frequentemente estimulado modos recíprocos de criação, resultando em práticas inovadoras de construção do conhecimento antropológico, mas também levantando questões urgentes em relação à ética na pesquisa. Entendemos, desta forma, que todo dispositivo audiovisual traz consigo uma epistemologia informada pela prática etnográfica e nos interessa, com este dossiê, fomentar o debate em torno dessas questões.
Partimos do pressuposto de que todo dispositivo audiovisual provoca novas capacidades para a apreensão e atuação no mundo. Acreditamos que nossa tarefa como antropólogos visuais se estende em três direções, primeiro, entender como pessoas criam conjuntamente seus mundos com a mediação corporada de pequenos dispositivos móveis cotidianos, segundo, usar estes dispositivos em nossas pesquisas etnográficas, e, em terceiro lugar, conectar essas duas direções num movimento relacional de dádiva e contra-dádiva.
O dossiê propõe, assim, explorar as potencialidades e os limites do fazer etnográfico com smartphones ao mesmo tempo em que abre a reflexão sobre como o cinema etnográfico constitui um modo de atenção ao mundo que abre uma série de possibilidades de produção e transmissão de saberes antropológicos. Nesse sentido, a matéria que buscamos com este dossiê é altamente experimental. Tendo em vista que nas últimas décadas o acesso e o uso de câmeras digitais portáteis aumentou drasticamente, convidamos contribuições de pesquisadores que usam smartphones em sua prática de pesquisa para refletir sobre a relação entre a vida das imagens - sejam sociais, políticas, ou materiais - e questões éticas, metodológicas, e de modos de representação. Nos interessam artigos impactados pelo uso desse dispositivo como modos de fazer, pensar e (co)criar saberes antropológicos que constituem a disciplina.