Front San Diablo na região de Miraflores, Faixa Sunsás, Bolívia: implicações tectônicas e estratigráficas

Autores

  • Ingrid Moerschberger Nedel Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT (Programa de Pós-graduação em Geociências)
  • Amarildo Salina Ruiz Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
  • Gerardo Ramiro Matos-Salinas Instituto de Investigações Geológicas e do Meio Ambiente, Universidade Maior de San Andrés - UMSA, La Paz, Bolívia.
  • Maria Zélia Aguiar de Sousa Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
  • Marcio Martins Pimentel Laboratório de Geocronologia, Instituto de Geociências, Universidade de Brasília - UnB
  • Pamela Pavanetto Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT (Bolsista PNPD/CAPES. Programa de Pós-graduação em Geociências)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-384

Palavras-chave:

Front San Diablo, Terreno Paraguá, Faixa Sunsás, Geocronologia U-Pb, tectônica.

Resumo

O Front San Diablo trata-se de uma megaestrutura tectônica desenvolvida nas rochas do Terreno Paraguá e pela cobertura metassedimentar do Grupo Sunsás. Os dados geológicos e geocronológicos obtidos neste trabalho permitiram correlacionar os litotipos descritos na região estudada a três unidades litoestratigráficas: o Complexo Chiquitania, formado por biotita gnaisses de composição monzogranítica a granodiorítica; a Suíte Intrusiva Pensamiento, representada pelo Granito Colmena, um corpo intrusivo milonitizado de composição monzogranítica, localizado na zona de maior deformação do front; e o Grupo Sunsás, formado por micaxistos e metarenitos. Foram identificadas três fases de deformação: F1 gerou o bandamento gnáissico S1 com trend N-S nas rochas do Complexo Chiquitania; F2 promoveu a transposição do bandamento S1, e deu origem a dobras e à foliação S2 segundo o trend regional E-W; F3 foi marcada por dobras suaves e foliações espaçadas do tipo crenulação (S3) ortogonais ao trend geral das estruturas. Os dados geocronológicos U-Pb (SHRIMP) indicaram idade de cristalização em 1.685 ± 4,9 Ma e provável idade de metamorfismo em 1.111 ± 10 Ma para o gnaisse do Complexo Chiquitania; já os dados U-Pb (LA-ICP-MS) obtidos a partir de zircões detríticos sugerem idade máxima de sedimentação em torno de 1,2 Ga para o Grupo Sunsás, com fontes de idade paleo e mesoproterozoicas. Os dados estruturais caracterizam o Front San Diablo como uma larga zona de cisalhamento com direção NE e movimento direcional destral, gerada durante a Orogênese Sunsás em torno de 1,0 Ga, como indicam os dados K-Ar prévios. A partir dos dados apresentados, sugere-se que o Front San Diablo não se trata de um limite tectônico entre os terrenos alóctones Paraguá e San Pablo, mas sim de uma larga faixa de cisalhamento desenvolvida no Toniano, responsável pela justaposição por meio de movimentos direcionais de blocos crustais no interior do Terreno Paraguá.

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Publicado

2017-09-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Nedel, I. M., Ruiz, A. S., Matos-Salinas, G. R., Sousa, M. Z. A. de, Pimentel, M. M., & Pavanetto, P. (2017). Front San Diablo na região de Miraflores, Faixa Sunsás, Bolívia: implicações tectônicas e estratigráficas. Geologia USP. Série Científica, 17(3), 125-147. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-384