Geologia, mineralogia, inclusões fluidas e gênese dos depósitos de titanita-epidoto de Capelinha, Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-124587Palavras-chave:
Titanita, Epidoto, Capelinha, Minas Gerais.Resumo
Nas proximidades da cidade de Capelinha, Minas Gerais, ocorrem depósitos de titanita-epidoto associados a veios pegmatoides ricos em albita e/ou adulária, nos arredores de duas localidades principais conhecidas como Campo do Boa e Fanadinho. Tais depósitos estão hospedados em um xisto metavulcânico básico, rico em titânio, composto principalmente por albita, epidoto, actinolita, titanita e quartzo, relacionado à Formação Capelinha (Grupo Macaúbas), de idade toniana; o protólito dessa rocha foi determinado como um álcali-basalto, que foi metamorfisado em fácies anfibolito. Os veios apresentam espessura que varia entre alguns decímetros até cerca de 4 m, e são constituídos principalmente por albita, parcial a inteiramente caulinizada na área do Fanadinho, onde também são mais ricos em epidoto. Quartzo é raro, enquanto as micas são ausentes. Análises por difração de raios X, fluorescência de raios X e microssonda eletrônica, além de estudos de inclusões fluidas, permitiram caracterizar a titanita e minerais associados nesses depósitos. A titanita e, mais raramente, o epidoto podem formar drusas excepcionais, muito apreciadas por colecionadores de minerais, cujos monocristais em geral maclados podem alcançar alguns centímetros ao longo do eixo “c”. Outros minerais importantes nesses veios, embora incomuns, são apatita, ilmenita e actinolita. Estudos de inclusões fluidas indicaram uma temperatura mínima de cristalização na faixa de 300 a 450ºC. Em termos genéticos, tal mineralização relacionase, primeiramente, à extrusão dos basaltos ricos em titânio, os quais foram metamorfisados no Ciclo Brasiliano (± 570 Ma), com provável formação e enriquecimento de titanita. As temperaturas mínimas de aprisionamento das inclusões fluidas encontradas são plenamente compatíveis com as condições de fácies anfibolito. Esses dados indicam que os fluidos hidrotermais percolaram as rochas encaixantes ainda no processo de metamorfismo, provavelmente ao final desse processo.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Geologia USP. Série Científica, o direito de primeira publicação, com o trabalho sob a licença Creative Commons BY-NC-SA (resumo da Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 | texto completo da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/legalcode) que permite o compartilhamento do trabalho de forma não comercial e conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, uma vez que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O efeito do Acesso Aberto e downloads no impacto das citações).