Parâmetros de densidade de falhas e bandas de deformação em rochas siliciclásticas pouco consolidadas da Formação Resende, Eoceno, Bacia de Volta Redonda, estado do Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v20-165065

Palavras-chave:

Deformação tectônica rúptil, Estratigrafia mecânica, Densidade de estruturas de deformação

Resumo

O presente estudo propôs-se a analisar parâmetros de densidade de falhas e bandas de deformação em rochas siliciclásticas da Formação Resende, tomadas como geomaterial análogo a reservatórios areníticos pouco consolidados e fraturados. O estudo foi iniciado pela confecção de uma seção geológico-estrutural (escala 1:50) de um afloramento na Bacia de Volta Redonda. Essa etapa foi realizada com o auxílio de uma malha 2 × 2 m fixada sobre o afloramento. Baseado na seção geológico-estrutural, foi confeccionado um mapa de densidade de estruturas. Posteriormente, foram realizados levantamentos de parâmetros de densidade das estruturas de deformação por meio dos métodos de scanlines lineares e de amostragem em janela retangular. O afloramento é constituído de camadas lenticulares de arenitos e conglomerados estratificados, intercaladas a camadas tabulares e lenticulares de lutitos maciços, com espessuras decimétricas, havendo ainda intervalos de brechas intraformacionais. Duas falhas principais (F1 e F2) foram reconhecidas, de caráter normal, com orientação NE-SW e mergulhos para sentidos opostos, formando um gráben. Associadas a essas falhas encontram-se zonas de elevada concentração de bandas de deformação e falhas sintéticas e antitéticas. Os parâmetros de densidade revelaram um controle litológico na distribuição das estruturas. Os maiores valores de densidade são encontrados nos arenitos médios a grossos, enquanto os menores valores estão associados aos litotipos ricos em argila, como os lutitos, os arenitos lamosos e as brechas intraformacionais. Os parâmetros de densidade mostraram maior deformação do bloco abatido (gráben), associada a uma densidade de estruturas mais contínua nessa região.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Angelier, J. (1994). Fault slip analysis and paleostress reconstruction. In: P. L. Hancock (Ed.), Continental Deformation, p. 53-100. Oxford: Pergamon Press.

Aydin, A., Johnson, A. M. (1978). Development of faults as zones of deformation bands and as slip surfaces in sandstone. Pure and Applied Geophysics, 116, 931-942. https://doi.org/10.1007/BF00876547

Delvaux, D., Sperner, B. (2003). New aspects of tectonic stress inversion with reference to the TENSOR program. In: D. A. Nieuwland (Ed.), New Insights into Structural Interpretation and Modelling, v. 212(1), p. 75-100. Londres: Geological Society, Special Publications. https://doi.org/10.1144/GSL.SP.2003.212.01.06

Dershowitz, W. S., Herda, H. H. (1992). Interpretation of fracture spacing and intensity. 33rd U. S. Symposium on Rock Mechanics, 757-766. Santa Fé: USRMS.

Fisher, Q. J., Knipe, R. J. (1998). Fault sealing processes in siliciclastic sediments. In: G. Jones, Q. J. Fisher, R. J. Knipe (Eds.), Faulting, Fault Sealing and Fluid Flow in Hydrocarbon Reservoirs, v. 147(1), p. 117-134. Londres: The Geological Society, Special Publications. https://doi.org/10.1144/GSL.SP.1998.147.01.08

Fossen, H., Schultz, R. A., Shipton, Z. K., Mair, K. (2007). Deformation bands in sandstone: a review. Journal of the Geological Society, 164(4), 755-769. https://doi.org/10.1144/0016-76492006-036

Fossen, H., Soliva, R., Ballas, G., Trzaskos, B., Cavalcante, C., Schultz, R. A. (2017). A review of deformation bands in reservoir sandstones: geometries, mechanisms and distribution. In: M. Ashton, S. J. Dee, O. P. Wennberg (Eds.), Subseismic-Scale Reservoir Deformation, v. 459(1), p. 9-33. Londres: The Geological Society, Special Publications. https://doi.org/10.1144/SP459.4

Galvão, M. S. (2018). O papel das falhas e bandas de deformação sobre o fabric dos arenitos da Formação Resende (Eoceno, Rift Continental do Sudeste do Brasil) e seu impacto sobre o comportamento hidromecânico. MS. Dissertação (Mestrado). Rio de Janeiro: Instituto de Geociências - UFRJ, 173 p.

Gibson, R. G. (1998). Physical character and fluid-flow properties of sandstone-derived fault zones. In: M. P. Coward, T. S. Daltaban, H. Johnson (Eds.), Structural Geology in Reservoir Characterization, v. 127(1), p. 83-97. Londres: The Geological Society, Special Publications. https://doi.org/10.1144/GSL.SP.1998.127.01.07

Heilbron, M., Almeida, J. C. H., Eirado Silva, L. G., Palermo, N., Duarte, B. P., Valladares, C. S., Ramos, R., Sanson, M., Guedes, E., Gontijopascutti, A. H., Nogueira, J. R., Valeriano, C., Ribeiro, A., Ragatky, C. D., Miranda, A., Mello, C. L., Sanches, L., Roig, H. L., Dios, F. B., Fernadez, G., Neves, A., Guimarães, P., Dourado, F., Lacerda; V. G. (2007). Mapa Geológico e Nota Explicativa Integrada das Folhas Santa Rita do Jacutinga, Barra do Piraí, Volta Redonda e Angra dos Reis - escala 1:100.000. Brasília: Serviço Geológico do Brasil - CPRM, 173 p.

Heilbron, M., Eirado, L. G., Almeida, J. (2016). Geologia e recursos minerais do Estado do Rio de Janeiro: texto explicativo e mapa geológico e de recursos minerais - escala 1:400.000. Brasília: Serviço Geológico do Brasil - CPRM, 182 p.

Heynekamp, M. R., Goodwin, L. B., Mozley, P. S., Haneberg, W. C. (1999). Controls on fault-zone architecture in poorly lithified sediments, Rio Grande Rift, New Mexico: Implications for fault-zone permeability and fluid flow. In: W. C. Haneberg, P. S. Mozley, J. Casey Moore, L. B. Goodwin (Eds.), Faults and subsurface fluid flow in the shallow crust, v. 113, p. 27-51. Washington, D.C.: Geophysical Monograph Series. https://doi.org/10.1029/GM113p0027

Howell, J. A., Martinius, A. W., Good, T. R. (2014). The application of outcrop analogues in geological modelling: a review, present status and future outlook. In: A. W. Martinius, J. A. Howell, T. R. Good (Eds.), Sediment-Body Geometry and Heterogeneity: Analogue Studies for Modelling the Subsurface, v. 387(1), p. 1-25. Londres: The Geological Society, Special Publications. https://doi.org/10.1144/SP387.12

Maciel, I. B., Mello, C. L., Silva, A. T. (2017). Caracterização da deformação rúptil em afloramento da Formação Resende, Bacia de Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro. Geologia USP. Série Científica, 17(3), 113-124. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-391

Negrão, A. P., Ramos, R. R. C., Mello, C. L., Sanson, M. S. R. (2015). Mapa geológico do Cenozoico da região da bacia de Volta Redonda (RJ, segmento central do Rifte Continental do Sudeste do Brasil): identificação de novos grábens e ocorrências descontínuas, e caracterização de estágios tectonossedimentares. Brazilian Journal of Geology, 45(2), 273-291. https://doi.org/10.1590/23174889201500020007

Pei, Y., Paton, D. A., Knipe, R. J., Wu, K. (2015). A review of fault sealing behaviour and its evaluation in siliciclastic rocks. Earth-Science Reviews, 150, 121-138. https://doi.org/10.1016/j.earscirev.2015.07.011

Priest, S. D. (1993). Discontinuity Analysis for Rock Engineering. Londres: Chapman e Hall. https://doi.org/10.1007/978-94-011-1498-1

Ramos, R. R. C., Mello, C. L., Sanson, M. S. R. (2006). Revisão estratigráfica da Bacia de Resende, Rift Continental do Sudeste do Brasil, Estado do Rio de Janeiro. Geociências, 25(1), 59-69.

Riccomini, C. (1989). O Rift Continental do Sudeste do Brasil. Tese (Doutorado). São Paulo: Instituto de Geociências - USP, 319 p. https://doi.org/10.11606/T.44.1990.tde-18032013-105507

Riccomini, C., Sant’Anna, L. G., Ferrari, A. L. (2004). Evolução geológica do Rift Continental do Sudeste do Brasil. In: V. Mantesso-Neto, A. Bartorelli, C. D. R. Carneiro, B. B. Brito Neves (Eds.), Geologia do continente Sul-Americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida, p. 383-405. São Paulo: Beca.

Rotava, I. (2017). Caracterização macroscópica e microscópica de bandas de deformação em arenitos da Formação Resende (Eoceno, Rift Continental do Sudeste do Brasil). Trabalho Final de Curso (Graduação). Rio de Janeiro: Instituto de Geociências - UFRJ, 55 p.

Sanson, M. S. R., Ramos, R. R. C., Mello, C. L. (2006). Bacias Sedimentares Brasileiras - Bacia de Volta Redonda. Phoenix, 88, 1-6.

Schueller, S., Braathen, A., Fossen, H., Tveranger, J. (2013). Spatial distribution of deformation bands in damage zones of extensional faults in porous sandstones: statistical analysis of field data. Journal of Structural Geology, 52, 148-162. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2013.03.013

Vogel, S. N., Mello, C. L., Silva, A. T. (2019). Aspectos tomográficos e microtomográficos de feições de deformação rúptil em arenitos pouco consolidados da Formação Resende (Bacia de Volta Redonda-RJ). Anuário do Instituto de Geociências, 42(1), 759-768. http://doi.org/10.11137/2019_1_759_768

Watkins, H., Bond, C. E., Healy, D., Butler, R. W. H. (2015). Appraisal of fracture sampling methods and a new workflow to characterise heterogeneous fracture networks at outcrop. Journal of Structural Geology, 72, 67-82. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2015.02.001

Wibberley, C. A. J., Yielding, G., Di Toro, G. (2008). Recent advances in the understanding of fault zone internal structure: a review. In: C. A. J. Wibberley, W. Kurz, J. Imber, R. E. Holdsworth, C. Collettini (Eds.), The internal structure of fault zones: implications for mechanical and fluid-flow properties, v. 299(1), p. 5-33. Londres: The Geological Society, Special Publications. http://doi.org/10.1144/SP299.2

Zalán, P. V., Oliveira, J. A. B. (2005). Origem e evolução estrutural do Sistema de Riftes Cenozóicos do Sudeste do Brasil. Boletim de Geociências da Petrobras, 13(2), 269-300.

Downloads

Publicado

2020-12-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Fiuza, B. O., Mello, C. L., & Ribeiro, C. da S. (2020). Parâmetros de densidade de falhas e bandas de deformação em rochas siliciclásticas pouco consolidadas da Formação Resende, Eoceno, Bacia de Volta Redonda, estado do Rio de Janeiro. Geologia USP. Série Científica, 20(4), 39-52. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v20-165065