O messianismo sebastiânico no Reino da Pedra Bonita (1836-1838): discussões e interpretações a partir de uma bibliografia psicanalítica

Autores

  • Davi Rodrigues Bote Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2021.159314

Palavras-chave:

História, Messianismo, Psicanálise, Relações Humanas

Resumo

Este artigo analisa relações entre o sanguinário episódio do Reino da Pedra Bonita (1836-1838) — movimento sebastianista no sertão pernambucano, em São José do Belmonte (PE) — com leituras de matriz psicanalítica, a fim de caracterizar alguns pormenores deste movimento mítico profético segundo conceitos como intersubjetividade, massa e líder. O foco se encontra nas complexas relações intragrupais e o papel desempenhado pelos 1) fatores culturais e tradicionais que legaram a possibilidade da construção simbólica do movimento, 2) indivíduos comuns — embebidos da ideia do retorno do messias Sebastião, símbolo libertador e provedor — e 3) os líderes, ou reis, ou mediadores deste encontro, figuras controversas responsáveis pela organização e funcionamento do reino. Mostraremos como o episódio da Pedra Bonita evoluiu de um agrupamento com um fim delimitado a uma organização amorfa e violenta com traços da horda primitiva descrita por Sigmund Freud.

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Biografia do Autor

  • Davi Rodrigues Bote, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    É graduado em Geografia pela Universidade de São Paulo.

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Publicado

2021-04-14

Edição

Seção

Academia

Como Citar

O messianismo sebastiânico no Reino da Pedra Bonita (1836-1838): discussões e interpretações a partir de uma bibliografia psicanalítica. (2021). Humanidades Em diálogo, 10, 56-69. https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2021.159314