Ser e não ser: o eu e o mundo em Minha luta, de Karl Ove Knausgård
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2023.207204Palavras-chave:
Karl Ove Knausgård, Minha luta, Escrita de si, RealismoResumo
Este artigo discute os pressupostos teóricos que fundamentam o projeto estético da série de romances autobiográficos Minha luta, do norueguês Karl Ove Knausgård. Na obra, o autor lança mão da escrita de si como forma de superar um sentimento de esgotamento da ficção e de recuperar uma percepção de veracidade em sua própria literatura. Ao escrever sobre a própria vida copiosamente (a série tem ao todo 3.704 páginas, divididas em seis volumes), tentando ser fiel à própria história, Knausgård resgata um sentido de autenticidade formulado por Rousseau em suas Confissões e recria efeitos de realidade ao misturar autobiografia à forma romanesca.
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