Arquivos e historicização de uma tradução: a recepção de Guimarães Rosa na França Dos Anos 1960

Autores

  • Márcia Valéria Martinez de Aguiar Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i20p40-64

Resumo

Os arquivos tiveram um papel determinante, em nossa tese de doutorado,na construção de um novo olhar acerca da primeira versão de Grande sertão: veredas publicada em 1965 na França. De fato, o surgimento, em 1991, de uma nova versão desse romance parece ter bastado para fixar a opinião da insuficiência do primeiro Diadorim, título francês do romance de Guimarães Rosa. Contudo, os artigos publicados no lançamento de Corpo de baile e de Grande sertão: veredas na década de 1960 na França mostram-nos o encantamento e o espanto dos críticos diante das obras daquele autor brasileiro até então desconhecido no país. Os elogios ao trabalho do tradutor, Jean-Jacques Villard, são quase unânimes, o que já instigaria a leitura atenta dessa tradução e sua reavaliação. Entretanto,os artigos legaram-nos igualmente uma referência importante para entendermos o horizonte literário daquele tempo e a perspectiva adotada por Villard em sua tradução: a comparação de Guimarães Rosa com um escritor francês que gozava então de grande prestígio, Jean Giono. Isso nos permitiu recolocar a primeira tradução não só em sua própria história, mas também na história do romance de Guimarães Rosa,desfazendo a ideia de que possa haver progresso entre as diferentes versões de uma mesma obra.

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Publicado

2011-03-18

Edição

Seção

Ateliê

Como Citar

Aguiar, M. V. M. de. (2011). Arquivos e historicização de uma tradução: a recepção de Guimarães Rosa na França Dos Anos 1960. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 20, 40-64. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i20p40-64