Discurso direto e o texto escolar: um estudo comparativo em histórias inventadas por duas díades recém- alfabetizadas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i32p23-38Palavras-chave:
Manuscrito escolar, Discurso reportado, Ensino, EscrituraResumo
Introduzir a fala de personagens (discurso direto) em narrativas ficcionais é um fenômeno linguístico-enunciativo complexo e importante para o desenvolvimento da narrativa escrita. Partindo da Genética Textual e da Linguística Enunciativa, este trabalho discute a gênese do discurso direto (DD) em histórias inventadas por escreventes novatos (6-8 anos) em práticas distanciadas no tempo e no espaço. A dupla Isabel e Nara (D1) produziu suas histórias em São Paulo (1992), enquanto Marília e Sofia (D2) em Maceió (2012). Como houve registro fílmico da combinação à escrita da história, a análise se realiza em dois momentos: 1) Descrição dos DD escritos no manuscrito escolar (ME); 2) Gênese dos DD através do retorno às filmagens. Nossos resultados mostram intensas (re) formulações antecedendo à inscrição do DD, além de diferenças quantitativas entre as díades. Nos ME, há 34DD (D1) e 4DD (D2); nos processos de escritura em ato: 200 (D1) e 14 (D2) construções enunciativas relacionadas ao DD do ME. Nossos resultados sugerem que a gênese e as formas de representação do DD estão relacionadas ao universo letrado (histórias em quadrinhos, contos etiológicos) que entorna as alunas.
Downloads
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília: Ministério da Educação, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf>. Último acesso em: 19 jun. 2010.
BORE, C. Le discours direct dans des écrits fictionnels scolaires : marques et significations. In: BRANCA-ROSOFF, S. et al.(Eds). L'Hétérogène à l'oeuvre dans la langue et les discours. Hommage à Jacqueline Authier-Revuz. Limoges : Editions Lambert-Lucas, 2012, p. 117-134.
BOUCHARD, R.; MONDADA, L. (Éds.). Les processus de la rédaction collaborative. Paris: L’Harmattan, 2005.
CALIL, E. Autoria: a criança e a escrita de histórias inventadas. 2. ed, Londrina: Eduel, 2009.
CALIL, E.; BORÉ, C. Formas de discurso reportado em narrativas ficcionais escritas por alunos brasileiros e franceses. XVI Congresso Internacional de la ALFAL. S-7 Lingüística Aplicada. Alcalá, 2011, p. 2807-2815.
CALIL, E; AMORIM, K. A.; LIRA, L. Letramento e processo de escritura de alunos recém-alfabetizados. In: Cadernos do Cedes. Alfabetização: dimensões políticas, pedagógicas e práticas. Campinas, v. 33, n. 89, jan.-abr, 2013, p. 73-89.
FABRE, C. Des variantes du brouillon au cours préparatoire. Revista Études de Linguistique Appliquée (E.L.A), n. 62, p. 59-79, 1986.
FABRE, C. Brouillons scolaires et critique génétique: nouveaux regards, nouveaux égards? In: Théories de l’écriture et pratiques scolaires, v. 52, 2004, p. 13-24.
FRADET, M.-F. Construction de la fiction et interprétation de la consigne dans des écrits de 6e. Repères, n. 33, 2006.
FRADET, M.-F. Statuts du scripteur en contexte scolaire: le cas de l’écriture de fiction. Colloque LEESP – L’ecriture et ses pratiques. Poitiers, 8-10 novembre 2010.
PLANE, S. Singularités et constantes de la production d’écrit – l’écriture comme traitement de constraintes. In: Laffont-Terranova, J; Colin, D. (Eds). Didactique de l’écrit. La construction des savoirs et le sujet-écrivant. Presses Universitaires de Namur, p. 33-54.
ZATZ, L.; ABREU, G. “Como surgiram as línguas”. In: De onde tudo surgiu e como tudo começou (tudo, tudo mesmo!). Ilustrações María Wernicke. São Paulo: Moderna, 2010, p. 39-42.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Manuscrítica. Revista de Crítica Genética
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.