Leitor-crítico, leitor-poeta: a marginália de Mário de Andrade em Machado de Assis parnasiano
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i35p90-101Palavras-chave:
Mário de Andrade, Machado de Assis, Parnasianismo, MargináliaResumo
Na marginália de Mário de Andrade, leitor-poeta e leitor-crítico, nas obras do parnasianismo em suas estantes, coexistem admiração e análise minuciosa. A admiração sugere uma espécie de impregnação no moço poeta que externa seu entusiasmo e se empenha em análises ainda elementares, até moralistas, mas reveladoras de um conhecimento sólido de versificação e de fecunda imaginação crítica. Este estudo se detém no leitor que conserva dois exemplares de Poesias completas, de Machado de Assis, em duas edições distintas. São elas: a de 1902, dotada de rica marginália a grafite e a tinta preta, reportando-se às primeiras anotações sistematizadas; a de 1924, com apenas duas correções tipográficas, a lápis. Leitor de Machado de Assis parnasiano, Mário de Andrade integra-se àquela poesia que, como matriz, o faz poetar. Na biblioteca do escritor-leitor, armazém de ideias, a marginália, plasmada aos livros parnasianos, materializa manuscritos autógrafos que advêm da leitura atenta e significam lições recebidas pelo poeta modernista e análises do crítico do parnasianismo.Downloads
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