Discursos e estilos de docentes de FLE e a influência da cultura francesa na formação da sociedade brasileira
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v1i2p75-87Palavras-chave:
Análise de Discurso Crítica, Língua e Cultura Francesas, GlobalizaçãoResumo
Ao longo do Século XX o estatuto da língua francesa como língua estrangeira sofreu mudanças significativas. Dessa maneira, é importante que seja realizada uma reflexão considerando a perda de prestígio da língua francesa no cenário pós-moderno global e suas influências sobre as identidades de docentes de Francês Língua Estrangeira (FLE). Nesse sentido, esse trabalho tem como foco a análise do discurso de docentes de língua francesa de duas instituições de Ensino Superior estando fundamentado sobre os aportes teórico-metodológicos da Análise de Discurso Crítica (ADC), sobretudo, a partir dos estudos de Fairclough (2001, 2003), Chouliaraki & Fairclough (1999) e Magalhães (2000, 2006). De acordo com essa perspectiva, a linguagem é uma prática social e as estruturas linguísticas se configuram como modos de ação e interação sobre as pessoas e sobre o mundo, de forma que o discurso constitui um espaço de luta hegemônica. A metodologia utilizada nesse estudo compõe um diálogo entre a ADC e a pesquisa qualitativa. Os dados – entrevistas individuais – são examinados em seus aspectos linguísticos e ideológicos focalizando o significado representacional e o significado identificacional dos textos. Os resultados apontam para uma representação da língua e da cultura francesas ligada ao caráter afetivo da relação que esses/essas profissionais com elas mantém.Downloads
Referências
ANGROSINO, M. Etnografia e observação participante. Trad. de José Fonseca. Porto Alegre: Artmed, 2009.
BUENO, Eduardo Urbanski. O francês e a diferença: em busca de um novo modelo de globalização. In. FIGUEIREDO & GLENADEL. O francês e a diferença. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. pp. 93-100.
CÂNDIDO, Antônio. Prólogo. In. MARTINS, Carlos Benedito (Org). Dialogues entre le Brésil et la France: formation et coopération académique. Recife : Ed. Massangana, 2005. Pp. 13-16.
____ Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. São Paulo: Martins, 1962.
CANCLINI, Nestor García. Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da globalizaçao. Trad. Maurício Santana Dias. 8a Edição. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010.
CHOULIARAKI. Lili e FAIRCLOUGH, Norman. Discourse in late modernity. Rethinking Critical Discourse Analysis. Edinburgh: Edinburgh University Presse, 1999.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Brasília: Universidade de Brasília, 2001.
____ Analysing Discourse. Textual analysis for social research. London: Routledge, 2003.
FIGUEIREDO, Eurídice; GLENADEL, Paula. O estatuto do francês no mundo de hoje: a diferença “por vir”. In. FIGUEIREDO & GLENADEL. O francês e a diferença. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. pp. 11-26.
FLICK, Uwe. Desenho da pesquisa qualitativa. Trad. Roberto Cataldo Costa. Coleção Pesquisa Qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
HAGÈGE, Claude. Contre la pensée unique. Paris: Éditions Odile Jacob, 2012
MAGALHÃES, Izabel. Teoria crítica de discurso e texto. In. Linguagem em (Dis)curso. V. 4. Tubarão: 2006, p. 113-131.
¬¬____ Eu e tu: a constituição do sujeito no discurso médico. Brasília: Thesaurus, 2000.
MOITA LOPES, Luis Paulo da. Inglês e globalização em uma epistemologia de fronteira: ideologia linguística para tempos híbridos. In Revista D.E.L.T.A., v. 24:2, 2008, pp. 309-340.
____ A imprescindibilidade de uma linguística aplicada híbrida ou mestiça. Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. pp. 86-107.
MOREIRA, José Carlos. A Representação estereotipada da língua e cultura francesas no discurso dos alunos do Centro de Línguas da UFPR. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006.
NASCIMENTO, Roberta Andrade do. O francês e a diferença: respeito à diversidade cultural. In FIGUEIREDO & GLENADEL. O francês e a diferença. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. pp. 101-110.
PIETRARÓIA, Cristina Casadei. A importância da língua francesa no Brasil: marcas e marcos dos primeiros períodos de ensino. Revista Estudos Linguísticos. v. 37 (2). pp7-16. São Paulo, 2008.
PHILLIPSON, Robert. Línguas internacionais e direitos humanos internacionais. In Esperanto-Dokumentoj, nº 37. 2002. Disponível em http://uea.org/info/portugale/ED37-portugala.html. Consultado em 25.10.2011
PONTE, Sebastião Rogério. Fortaleza belle époque – reforma urbana e controle social. 1860-1930. 4 ed. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2010.
RAMALHO, Viviane & RESENDE, Viviane de Melo. Análise de discurso (para a) crítica: o texto como material de pesquisa. Coleção Linguagem e Sociedade, Vol. 1. Campinas: Pontes Editores, 2011.
SANTOS, Paulo César. Petrópolis: história de uma cidade imperial. 1. ed., Petrópolis: Sermograf , 2001.
VERGUEIRO, Tânia Oliveira de Noli. Professores de francês apesar de tudo: o papel das representações sociais nessa história de persistência. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Ao enviar o material para publicação, o(s) autor(es) declara(m) automaticamente que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista Non Plus, bem como os organismos editoriais a ela vinculados. O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Non Plusa revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Non Plus, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Non Plus, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.