Contribuições da Pesquisa Narrativa Ficcional para a Pesquisa Psicológica com Populações Estigmatizadas
DOI:
https://doi.org/10.1590/Palavras-chave:
narrativas, construcionismo social, pesquisa qualitativa, bissexualidadeResumo
O presente estudo teve como objetivo apresentar um modelo de pesquisa narrativa em conjunto com a pesquisa baseada na ficção. Para isso, explicitaremos seus passos e refletiremos acerca de seus efeitos para pesquisa em psicologia, especificamente com populações estigmatizadas, visto o interesse em ampliar perspectivas sobre um mesmo tema. A partir da valorização da singularidade da experiência, a pesquisa narrativa permite questionar verdades absolutas e construir sentidos alternativos aos hegemônicos. Já a pesquisa baseada na ficção pode promover conexão afetiva por meio de histórias, além de garantir maior confidencialidade das informações. Descrevemos os seguintes passos metodológicos para a sistematização deste tipo de pesquisa: Escolha da pesquisa baseada na ficção, Produção de textos de campo, Passagem aos textos de pesquisa e Definindo o estilo literário. Tais passos intencionam inspirar pesquisas que considerem aspectos éticos e estéticos, bem como o cruzamento da teoria com a arte.
Downloads
Referências
Aimi, D. R. S., & Monteiro, F. M. A. (2020). Pesquisa narrativa: Reflexões sobre produções dos últimos 14 anos [Narrative research: Reflections on productions of the last 14 years]. Educação em Perspectiva, 11, 1-15. https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v11i.8403
Amarante, L. R. F. A., & Kind, L. (2020). Violências e tentativas de suicídio em narrativas de mulheres jovens [Violence and suicide attempts in narratives of young women]. Psicologia em Revista, 26(2), 535-555. https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2020v26n2p535-555
Anderson, H. (2017). A postura filosófica: O coração e a alma da prática colaborativa [The philosophical stance: The heart and soul of collaborative practice]. In M. A. Grandesso (Org.), Práticas colaborativas e dialógicas em distintos contextos e populações: Um diálogo entre teorias e práticas (pp. 21–34). CRV.
Aragaki, S. S., Lima, M. L. C., Pereira, C. C. Q., & Nascimento, V. L. V. (2014). Entrevistas: Negociando sentidos e coproduzindo versões de realidade. In M. J. Spink, J. Brigagão, V. L.V. Nascimento, & M. Cordeiro (Orgs.), A produção de informação na pesquisa social: Compartilhando ferramentas (pp. 57-72). Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.
Bruner, J. (1990). Actos de significado: Para uma psicologia cultural [Acts of meaning: Towards a cultural psychology]. Edições 70.
Caine, V., Steeves, P., Clandinin, D. J., Estefan, A., Huber, J., & Murphy, M. S. (2017). Social justice practice: A narrative inquiry perspective. Education, Citizenship and Social Justice, 13(2), 1-11. https://doi.org/10.1177/1746197917710235
Cannell, C. (2021). A review of J. E. Sumerau's "Palmetto Rose". Art/Research International, 6(1), 260-266. https://doi.org/10.18432/ari29536
Clandinin, D. J., & Connelly, F. M. (2015). Pesquisa narrativa [Narrative research] (2a ed.). EDUFU.
Cordeiro, R., & Kind, L. (Orgs.). (2016). Narrativas, gênero e política [Narratives, gender and politics]. CRV.
Corey, S. (2017). All bi myself: Analyzing television's presentation of female bisexuality. Journal of Bissexuality, 17(2), 190-205. https://doi.org/10.1080/15299716.2017.1305940
Daly, S. J., King, N., & Yeadon-lee, T. (2018). ‘Femme it up or dress it down’: Appearance and bisexual women in monogamous relationships. Journal of Bisexuality, 18(3), 257-277. https://doi.org/10.1080/15299716.2018.1485071
Denzin, N. K. (2017). Critical qualitative inquiry. Qualitative Inquiry, 23(1), 8-16. https://doi.org/10.1177/1077800416681864
Dwyer, R. (2019). A review of Patricia Leavy’s "Spark". Art/Research International, 4(2), 712–715. https://doi.org/10.18432/ari29503
Foucault, M. (1978). The history of sexuality: volume 1: An introduction. Pantheon Books.
Gergen, K. J. (1994). Realities and relationships: Soundings in social construction. Harvard University Press.
Gergen, K. J. (2021). The relational imperative: Resources for a world on edge. Taos Institute Publications.
Jaeger, M. B., Longhini, G. N., Oliveira, J. M., & Toneli, M. J. F. (2019). Bissexualidade, bifobia e monossexismo: Problematizando enquadramentos [Bisexuality, biphobia and monosexism: Problematizing frameworks]. Revista Periódicus, 2(11), 1-16. http://dx.doi.org/10.9771/peri.v2i11.28011
Leavy, P. (2020). Narrative inquiry and fiction-based research. In P. Leavy. Method meets art: Arts-based research practice (3a ed., pp. 43-78). Guilford Press.
Miranda, B. W. (2019). A pesquisa-ação como instrumento de transformação social [Action research as a tool for social transformation]. Emancipação, 19(2), 1-11. https://doi.org/Emancipacao.v.19i2.0001
Nascimento, P. C., & Kind, L. (2018). Narrativas posithivas: Vulnerabilidade de mulheres ao hiv/aids em relações heterossexuais de conjugalidade [Positive narratives: Vulnerability of women to HIV/AIDS in heterosexual conjugal relationships]. Linhas Críticas, 24, 85-105. https://doi.org/10.26512/lc.v24i0.18957
Reigota, M. (1999). Ecologistas. EDUNISC.
Reigota, M. (2016). Aspectos teóricos e políticos das narrativas: Ensaio pautado em um projeto transnacional [Theoretical and political aspects of narratives: An essay based on a transnational Project]. In R. Cordeiro, & L. Kind (Orgs.), Narrativas, gênero e política (pp. 49-66). CRV.
Souza, E. A., & Kind, L. (2017). Vidas que seguem: Narrativas ficcionais de jovens vivendo com hiv/aids [Lives that go on: Fictional narratives of young people living with hiv/aids]. Psicologia em Revista, 23(3), 1051-1068. http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2017v23n3p1051-1068
Tamboukou, M. (2016). Aventuras da pesquisa narrativa [Narrative research adventures]. In R. Cordeiro, & L. Kind (Orgs.), Narrativas, gênero e política (pp. 67-84). CRV.
Teixeira, C. M., & Kind, L. (Orgs.). (2020). Narrativas, mulheres e resistências [Narratives, women and resistances]. Letra e Voz.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Paidéia (Ribeirão Preto)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Em relação à disponibilidade dos conteúdos, a Paidéia adota a Licença Creative Commons, CC-BY. Com essa licença é permitido copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato, bem como remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial, conferindo os devidos créditos autorais para à revista, fornecendo link para a licença e indicando se foram feitas alterações.
Reprodução parcial de outras publicações
Citações com mais de 500 palavras, reprodução de uma ou mais figuras, tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita do detentor dos direitos autorais do trabalho original para a reprodução especificada na revista Paidéia. A permissão deve ser endereçada ao autor do manuscrito submetido. Os direitos obtidos secundariamente não serão repassados em nenhuma circunstância.
