O caso Marpurg-Couperin: apropriação pela via da tradução e consequente autoria

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DOI:

https://doi.org/10.11606/1982-8837244366

Palavras-chave:

Marpurg, Couperin, Apropriação, Tradução, Autoria

Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir as noções de apropriação pela via da tradução a partir da análise de oito excertos da Preparação à primeira parte da obra Die Kunst das Clavier zu spielen de Friedrich Wilhelm Marpurg. A Preparação desta obra compõe-se de 23 parágrafos, dos quais oito refletem ideias apresentadas numa obra anterior, a saber, L’Art de toucher le clavecin (1716), de François Couperin. Para este trabalho será considerado o reflexo dessas ideias pela via da tradução. Os trechos traduzidos aparecem ora aumentados, ora reduzidos, ou então são suprimidos. Esta dinâmica de tradução é afirmada por Marpurg no prefácio de duas edições anteriores a 1762: as edições de 1750 e 1751. Investigamos, nas discussões sobre apropriação, o que teria levado Marpurg a abandonar a reverência a Couperin nos prefácios de edições posteriores, o que contribuiu para que essa apropriação – ocorrida também, mas não apenas por meio da tradução – pudesse ser relacionada, a princípio, à autoria. Nesse sentido, apoiados em obras científicas sobre tradução e apropriação, discutimos a noção de tradução, apropriação e autoria, traçando um diálogo com duas áreas dos Estudos da Tradução: análise comparativa e tradução comentada.

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Publicado

2021-02-23

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Seção

Artigos

Como Citar

PASCHOAL, Stéfano. O caso Marpurg-Couperin: apropriação pela via da tradução e consequente autoria. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, Brasil, v. 24, n. 43, p. 66–95, 2021. DOI: 10.11606/1982-8837244366. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/182286.. Acesso em: 27 abr. 2024.