Sem alarmes, sem surpresas: fertilizar, fermentar, reagir e metamorfosear o pensamento de Bruno Latour

Autores/as

Resumen

Teria sido diferente escrever sobre as contribuições de Bruno Latour até há algumas poucas semanas. Os mortos reagem?2 É certo que suas contribuições e pensamentos podem persistir, podemos fazer os livros e ideias dos mortos falarem outras línguas e responderem novas questões, abrirem novos caminhos inesperados. Mas há um efeito distinto em invocar o pensamento de alguém que perdeu sua autonomia relativa de fala em seus emaranhados comunicativos. Isso traz um senso de responsabilidade distinto. Também seria diferente escrever sobre as ideias de alguém cuja matéria desintegrada encontra-se extinta. Há ainda uma latência nessa metamorfose irreversível.

Biografía del autor/a

  • Marisol Marini, Universidade de São Paulo

    Mestra e doutora em Antropologia Social pela USP. Desenvolve pesquisa de pós-doutorado na McGill University. Department of Social Studies of Medicine. Faculty of Medicine and Health Sciences. Montréal, Canada.

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DOI : 10.1590/S0104-59701996000400006

Publicado

2024-05-16

Cómo citar

Marini, M. (2024). Sem alarmes, sem surpresas: fertilizar, fermentar, reagir e metamorfosear o pensamento de Bruno Latour. Ponto Urbe, 2(30), 1-28. https://www.revistas.usp.br/pontourbe/article/view/217067