Cooper etnográfico: branquitude nas performances de classe e raça no espaço urbano

Autores

Palavras-chave:

cooper etnográfico, branquitude, espaço urbano, classe, raça

Resumo

Abordo neste artigo as performances sociais de classe e raça em circulação na Praça das Flores no bairro Aldeota na cidade de Fortaleza, no Nordeste do Brasil. A partir do recurso metodológico do cooper etnográfico praticado com a classe média branca local, descrevo as estratégias que marcaram minha experiência de trabalho de campo. Neste percurso etnográfico, reflito sobre as minhas condições e vias de acesso ao campo, assim como as implicações da minha própria performance de gênero, raça e classe como homem cisgênero, branco e que circula dentro de uma classe média suscitando questões relativas às formas de contatos, misturas e interações sociais no online e offline. A partir das minhas localizações na costura desses contextos, procuro argumentar por meio da categoria de branquitude a relevância de uma abordagem racializada nos estudos dos espaços urbanos de “elite”, buscando compreender os significados que são incorporados nesses espaços de privilégios materiais e simbólicos na cidade.

Biografia do Autor

  • Fábio Macedo, Universidade Federal do Ceará

    Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil.

Referências

BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. Léxicos urbanos e arenas públicas: observando tempos e espaços no Centro de Fortaleza. Tempo Social, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 71-90, 2019.

DOI : 10.11606/0103-2070.ts.2019.151260

BEAUD, Stéphane; WEBER, Florence. O raciocínio etnográfico. In: PAUGAM, Serge (org.). A pesquisa sociológica. Petrópolis: Vozes, 2015. p. 185-201.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica do julgamento social. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk, 2007.

COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Sociedade e Estado, Brasília, DF: v. 31, n. 1, p. 99-127, 2016.

DOI : 10.1590/S0102-69922016000100006

COROSSACZ, Valeria Ribeiro. Relatos de Branquitude entre um grupo de homens brancos do Rio de Janeiro. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, n.105, p. 43-64, 2014.

DOI : 10.4000/rccs.5790

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

GÜNEL, Gökçe; VARMA, Saiba; WATANABE, Chika. A Manifesto for Patchwork Ethnography (2020). Society for Cultural Anthropology. Disponível em: <https://culanth.org/fieldsights/a-manifesto-for-patchwork-ethnography>. Acesso em 10 jun 2020.

MATTOS, Geísa. O luxo da Aldeia: a produção social de lugares da branquitude em Fortaleza. Revista Espaço Acadêmico, v. 21, p. 28-40, 2022.

MARINS, Cristina. Internet e trabalho de campo antropológico: dois relatos etnográficos, Ponto Urbe [Online], 27 2020.

DOI : 10.4000/pontourbe.9067

MILLER, Daniel; SLATER, Don. Etnografia on e off-line: cibercafés em Trinidad. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 10, n. 21, p. 41-65, 2004.

DOI : 10.1590/S0104-71832004000100003

MILLER, Daniel. How to conduct ethnography during social isolation. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=NSiTrYB-0so>. Acesso em 16 jun 2020.

PINHO, Patricia de Santana. White but not quite: tones and overtones of whiteness in Brazil. Small Axe: A Caribbean Journal of Criticism, Durham, v. 13, n. 2, p. 39-56, 2009.

RAMOS-ZAYAS, Ana Y. Parenting empires: Class, whiteness, and the moral economy of privilege in Latin America. Durham: Duke University Press, 2020.

DOI : 10.2307/j.ctv11smkr4

SCHUCMAN, Lia Vainer. Branquitude e poder: revisitando o “medo branco” no século XXI. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), Guarulhos, v. 6, n. 13, p. 134-147, 2014.

SEGATA, Jean. 2017. Cibercultura, imagem e ética na pesquisa. [Entrevista concedida a] Lorena Tamyres Trindade da Costa. Revista Visagem, Natal e Belém, v.03, n.2: 314-331.

SOUZA, Jessé. A classe média no espelho: sua história, seus sonhos e ilusões, sua realidade. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2018.

WACQUANT, Loïc. Corpo e alma: notas etnográficas de um aprendiz de boxe. Tradução Angela Ramalho. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

Downloads

Publicado

2024-05-16

Edição

Seção

Etnográficas

Como Citar

Macedo, F. (2024). Cooper etnográfico: branquitude nas performances de classe e raça no espaço urbano. Ponto Urbe, 2(30), 1-15. https://www.revistas.usp.br/pontourbe/article/view/217068