Um diálogo sobre ausências

Autores

  • Ismael Silva dos Santos Universidade Federal da Bahia

Resumo

Essa fronteira entre antropologia e urbanismo tem cada dia se dilatado. Debruçar sobre a cidade nunca antes foi tão importante como nos dias atuais, mas não mais a cidade dentro desse olhar arquitetônico paisagisticamente, não mais no intuito de uma necessidade meramente urbanista desenvolvimentista. Falamos de corpos, de encruzilhadas, de transe e, sobretudo, de diálogos - disputas ou silenciamentos. Uma cidade que se alimenta da e na ausência de alguns corpos. Os estudos Afros Brasileiros são de suma importância para pensar os possíveis lugares dos corpos negros nessa sociedade. Nina Rodrigues (1900), Manuel Querino (1906), Edison Carneiro (1937) e não podemos esquecer Ruth Landes (1938), “A cidades das mulheres” é um clássico para entendermos o papel político-social das mulheres negras afro-religiosas para cidade de Salvador. Há uma vasta produção socio-antropologica inaugurada com o Projeto UNESCO na década de 1940, alguns de maiores relevância como Roger Bastide (1941) pensando os cultos afro-brasileiros e o antropólogo francês Pierre Verger (1946) acrescido da fotografia como uma tecnologia necessária para materialidade de seus pensamentos e diálogo com esse povo.

Biografia do Autor

  • Ismael Silva dos Santos, Universidade Federal da Bahia

    Mestrando em Antropologia pela Universidade Federal da Bahia - PPGA – UFBA, Graduação em Ciências Sociais pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Fotografia documental.

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Publicado

2021-02-19

Edição

Seção

Ensaios Fotográficos

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