Migração, rupturas psíquicas e espaços terapêuticos
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564D20140013Resumo
Propõe-se ilustrar a questão da crise psicótica recentemente trazida à clínica por um migrante do interior, com sua diferença social e cultural. Nesta análise a experiência psicótica é correlacionada ao lugar que o migrante do interior ocupa no espaço das grandes cidades, onde o sentimento de estranheza vivenciado pelo sujeito traz as marcas do lugar de deslocado que este ocupa neste espaço. Ilustra-se a exposição com elementos da clínica, os quais demonstram a duplicação do sujeito ao ser tomado pelo outro da psicose e o seu desdobramento resolutivo, por meio da acolhida e do acompanhamento terapêutico. Aspectos do modelo assistencial tradicional são assinalados para contrapor à experiência aqui analisada, em que é valorizada a importância do acolhimento ao sujeito em sua diferença, tanto em relação à sua origem sociocultural quanto à sua condição psicótica. Afirma-se que os espaços de ação, linguagem e sentido (atividades plásticas, criativas, expressivas; possibilidade de fala e de escuta, estabelecer relações entre sintomas e experiências subjetivas) favorecem a recomposição do posicionamento subjetivo e o resgate de referências identitárias, facilitando a ressignificação da história e do drama do sujeito.
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