USO NÁUTICO DO TERRITÓRIO E POLÍTICAS DE TURISMO NO BRASIL: TÉCNICA, TRABALHO E INFORMAÇÃO A PARTIR DE MARINAS EM ANGRA DOS REIS/RJ
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v27i0.493Palavras-chave:
uso náutico do território, políticas de turismo, marinas, Angra dos Reis/RJ.Resumo
A ascendente demanda por produtos e serviços náuticos no país tem impulsionado dinâmicas socioeconômicas e turísticas em alguns locais do litoral brasileiro. O município de Angra dos Reis (RJ) apresenta fatores que lhe permitem assumir representatividade em relação ao tema. Tais dinâmicas criam, afirmam e encerram frentes e relações de trabalho que, analisadas a partir da convergência entre escalas geográficas e da informação,sugerem a existência de um uso multidimensional do território pela náutica. As marinas, expressão atual dos portos de lazer, passam a influenciar tais dinâmicas territoriais; arranjam-se sob diferentes abrangências de complexidade técnica, a depender do tipo e do contexto em que estão inseridas, interferindo nas cadeias produtivas ligadas ao assunto. Estas, por sua vez, ocasionam uma solidária e contraditória dinâmica socioeconômica. Para entender esse paradoxo, foi adotado o viés multiescalar de abordagem, amparado por argumentação conceitual, além de outras técnicas de pesquisa. Notado o envolvimento de agentes estranhos ao lugar, em que se pese a influência normativa e informacional ligadas a órgãos oficiais de turismo, a promoção do meio náutico− através da aparição em documentos oficiais, mídia e eventos especializados −como vetor de desenvolvimento mostrou-se paradoxal ao caráter altamente concentrador do trabalho em torno das marinas. Constatou-se o paradoxo existente entre tal promoção informacional; de um lado, reificada pelas orientações políticas de turismo e, de outro, hierarquizada por lógicas concentradoras do poder econômico. A acentuação de dualidades envolvendo o uso náutico do território o torna seletivo em um local de forte propensão a tais práticas. Isso se reflete em diferentes dimensões do território e da sociedade. O presente artigo buscou analisar o paradoxo e as relações existentes entre as orientações políticas de turismo e as lógicas hierarquizadoras de concentração das relações de trabalho nas marinas.
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