A historicidade das teorias interpretativas do processo saúde-doença

Autores

  • Maria Amélia de Campos Oliveira Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva
  • Emiko Yoshikawa Egry Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0080-62342000000100002

Palavras-chave:

Processo saúde-doença, Enfermagem em Saúde Comunitária

Resumo

As diferentes teorias interpretativas do processo saúde-doença identificáveis ao longo da história têm como decorrência distintos projetos de intervenção sobre a realidade, em resposta a necessidades sociais. Até o século XIX, tais teorias podem ser sintetizadas nas vertentes ontológica e dinâmica. Na concepção ontológica, a doença assume o caráter de uma entidade natural ou sobrenatural, externa ao corpo humano, que se manifesta ao invadi-lo. A concepção dinâmica vê a doença como produto da desarmonia entre forças vitais, sendo que o restabelecimento da saúde advém da restauração do equilíbrio Ao final do século XVIII, predominavam na Europa como forma de explicação para o adoecimento humano os paradigmas sócio-ambientais, vinculados à concepção dinâmica, tendo se esboçado as primeiras evidências da determinação social do processo saúde-doença. Com o advento da Bacteriologia, a concepção ontológica firmou-se vitoriosa e suas conquistas levaram ao abandono dos critérios sociais na formulação e no enfrentamento dos problemas de saúde das populações. Na atualidade, identifica-se o predomínio da multicausalidade, com ênfase nos condicionantes individuais. Como alternativa para a sua superação, propõe-se a articulação das dimensões individual e coletiva do processo saúde-doença, em consonância com a Teoria da Intervenção Práxica de Enfermagem em Saúde Coletiva.

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Publicado

2000-03-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Oliveira, M. A. de C., & Egry, E. Y. (2000). A historicidade das teorias interpretativas do processo saúde-doença. Revista Da Escola De Enfermagem Da USP, 34(1), 9-15. https://doi.org/10.1590/S0080-62342000000100002