A Imagem imoral: aporia do modelo entre flagrante delito e livre consentimento
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-4077.v1i2p44-67Palavras-chave:
Modelo, Imagem, Corpo, Moral, Aporia, FotografiaResumo
Este artigo propõe analisar a dimensão moral e mais precisamente imoral da imagem fotográfica a partir da figura do modelo. Para tal, enseja as seguintes indagações: a moral deve ser considerada como um sintoma que recusa, a priori, qualquer postura artística, crítica e transgressiva? Como pensar o discurso imoral diante de uma obra fotográfica quando sua forma intrínseca revela-se singularmente aporética? Em que medida a moral pode ameaçar uma imagem cujo objeto de representação não normativo surge de uma non-monstrance, sutilmente obscena e poeticamente subversiva? Observaremos, então, através de alguns exemplos, como a mise en image e a encenação do modelo e do seu corpo – até fundir-se, por vezes, com o personagem – podem concentrar toda a ambiguidade do papel e do estatuto do modelo na prática fotográfica – e, por conseguinte, cinematográfica.
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