O Brasil na América Latina

Autores

  • Alejandro Blanco Universidad Nacional de Quilmes (Argentina)
  • Luiz Carlos Jackson Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i133p77-96

Palavras-chave:

intelectuais, sociologia, espaço transnacional, dependência, América Latina

Resumo

O artigo contextualiza os processos de produção e circulação do livro Dependência e desenvolvimento na América Latina (1969), de Fernando Henrique Cardoso (1931-) e Enzo Faletto (1935-2003). Realizado em parceria pelos dois sociólogos, no interior de um espaço transnacional das ciências sociais da década de 1960, que envolvia instituições como a Cepal, o Ilpes e a Flacso, o livro teve como estribos as experiências mais bem-sucedidas de institucionalização nacional e transnacional das ciências sociais na região, as do Brasil e do Chile, e foi publicado em espanhol pela editora mexicana Siglo XXI, em boa medida responsável por seu sucesso comercial excepcional, de um best seller da sociologia latino-americana.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Alejandro Blanco, Universidad Nacional de Quilmes (Argentina)

    Professor da Universidad Nacional de Quilmes (Argentina).

  • Luiz Carlos Jackson, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Professor do Departamento de Sociologia da FFLCH/USP.

Referências

ANDERSEN, D. J. “Creating Cultural Prestige. Editorial Joaquín Mortiz”. Latin American Research Review, vol. 31, n. 2, 1996.

ARANTES, P. E. “Providências de um crítico literário na periferia do capitalismo”, in M. A. d’Incao; E. F. Scarabôtolo (orgs.). Dentro do texto, dentro da vida. São Paulo, Companhia das Letras, 1992.

ARAÚJO, R. B. Guerra e paz: Casa-grande & senzala e a obra de Gilberto Freyre nos anos 30. Rio de Janeiro, Editora 34, 1994.

ARRUDA, M. A. do N. “Sociología y cultura modernas en el Brasil. La sociología de Florestan Fernandes”. Prismas, n. 13, 2009.

BARBOZA, D. P. “Raul Prebisch e a vida cultural tucumana”. Prismas, n. 24, 2020, pp. 83-102 .

BASTOS, É. “Gilberto Freyre – Casa-grande & senzala”, in L. D. Mota (org.). Um banquete no trópico. São Paulo, Editora Senac, 1998.BEIGEL, F. “La Flacso chilena y la regionalización de las ciencias sociales en América Latina (1957-1973)”. Revista Mexicana de Sociología, 71 (2), 2009, pp. 319-49.

BIDON, C. Siglo XXI et son fondateur: une expérience originale d’édition. Ph.D. thesis. Perpignan, Instituto de Estudos Mexicanos/University of Perpignan, 1983.

BLANCO, A. “Max Weber na sociologia argentina (1930-1950)”. Dados, v. 47, n. 4, 2004.

BLANCO, A. “Karl Mannheim en la formación de la sociología moderna en América Latina”. Estudios Sociológicos, v. XXVII, n. 80, 2009.

BLANCO, A. “Ciências sociais no Cone Sul e a gênese de uma elite intelectual (1940 -1965)”. Tempo Social, vol. 19 (1). São Paulo, Departamento de Sociologia da USP, 2007, pp. 89-114.

BLANCO, A.; BARBOZA, D. P. “Raul Prebisch y Federico Pinedo: técnica y política en la ‘década infame’”. Desarrollo Económico, v. 60, n. 232, 2021, pp. 314-37.

BLANCO, A.; JACKSON, L. C. “A transnational book: dependency and development in Latin America”. The American Sociologist, v. 51, n. 3, 2020, pp. 347-61.

BLANCO, A.; SORÁ, G. “Unity and fragmentation of the social and human sciences in Latin America”, in The social and human sciences in a global perspective. Edited by Johan Heilbron, Gustavo Sorá, and Thibaud Boncourt, vol. 2 of the Palgrave book series “Socio-historical studies of the social and human sciences”, 2018, pp . 127-152 .

BOTELHO, A. “Sequências de uma sociologia política brasileira”. Dados, v. 50, n. 1, 2007.

BOTELHO, A. “Pasado futuro de los ensayos de interpretación del Brasil”. Prismas, n. 13,

BRUNNER, J. J. Los orígenes de la sociología profesional en Chile. Santiago, Flacso, 1985.

CARAVACA, J.; ESPECHE, X. “América Latina como problema y como solución: Robert Triffin, Daniel Cosío Villegas, Víctor Urquidi y Raúl Prebisch antes del Manifiesto Latinoamericano (1944-1946)”. Desarrollo Económico, vol. 55, n. 217, 2016, pp. 211-35.

CARDOSO, F. H. “Análise e memórias: recordações de Enzo Faletto”. Tempo Social, v. 19, n. 1, 2007, pp. 215-21.

CARDOSO, F. H.; FALETTO, E. Dependência e desenvolvimento na América Latina. Rio de Janeiro, Zahar, 1970.

COSER, L. Hombres de ideas. El punto de vista de un sociólogo. Cidade do México, Fondo de Cultura Económica, 1968.

D’INCAO, M. A. (org.). História e ideal: ensaios sobre Caio Prado Junior. São Paulo, Brasiliense/Unesp, 1989.

DONGHI, H. T. “La Cepal en su contexto histórico”. Revista de la Cepal, n. 94, 2008, pp. 7-27.

GARRETÓN, M. A. (org.). Dimensiones sociales, políticas y culturales del desarrollo. Santiago de Chile, Clacso, 2007.

FERNANDES, F. “Resenha de Raízes do Brasil ”.Revista do Arquivo Municipal, CXXII, 1949.

FERNANDES, F. A etnologia e a sociologia no Brasil. São Paulo, Anhembi, 1958.

FESTI, R. C. “Desejo de história: a sociologia do trabalho de Alain Touraine (1948-1973)”. Lua Nova, n. 106, 2019, pp. 65-96.

FRANCO, R. La Flacso clásica (1957-1973): vicisitudes de las ciencias sociales latinoamericanas. Santiago, Editorial Catalonia/Flacso, 2007.

FRANCO, M. S. de C. “Memorial”. São Paulo, FFLCH/Universidade de São Paulo, 1988.

FREYRE, G. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro, Record, 1992.

GARCIA, S. Destino ímpar. São Paulo, Editora 34, 2002.GARCIA JR., A. “A dependência da política: Fernando Henrique Cardoso e a sociologia no Brasil”. Tempo Social, v. 16, n. 1, 2004.

GOULDNER, A. “El antimnotauro: el mito de una ideología libre de valores”, in I. Horowitz (org.). La nueva sociología. Buenos Aires, Amorrortu, 1969.

HIRSCHMAN, A. “Auge y caída de la teoría económica del desarrollo”. El Trimestre Económico, v. XLVII, n. 188, 1980.

HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975.

HODARA, J. Prebisch y la Cepal. Sustancia, trayectoria y contexto institucional. Cidade do México, Colmex, 1987.

IANNI, O. “Resenha de Sociologia, introdução ao estudo de seus princípios”. Anhembi, n. 92, 1958 .

IMAZ, J. L. de. Promediando los cuarenta. Buenos Aires, Sudamericana, 1977.

JACKSON, L. C. A tradição esquecida: Os parceiros do Rio Bonito e a sociologia de Antonio Candido. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2002.

JACKSON, L. C.; BLANCO, A. Sociologia no espelho: ensaístas, cientistas sociais e críticos literários no Brasil e na Argentina. São Paulo, Editora 34, 2014.

JACKSON, L. C.; BLANCO, A. “O caudilho da sociología mexicana: Pablo González Casanova e A democracia no México”. Tempo Social, v. 28, n. 3, 2016.

LEPENIES, W. As três culturas. São Paulo, Edusp, 1996.

LIMA, N. T. Um sertão chamado Brasil. Rio de Janeiro, Revan/Iuperj, 1999.

MARTINEZ, P. H. A dinâmica de um pensamento crítico. São Paulo, Edusp, 2008.

MENDES, F. da S. “Alain Touraine e o Brasil: atores sociais e dependência em diálogos dos anos 1970. Lua Nova, n. 106, 2019, pp. 97-129.

MONTEIRO, P. M. A queda do aventureiro: aventura, cordialidade e os novos tempos em Raízes do Brasil. Campinas, Unicamp/Fapesp, 1999.

MORAES, M. I. de; JACKSON, L. “Açúcar e café: ambiguidade de Raízes do Brasil ”. Lua Nova, n. 113, 2021.

MORCILLO LAÍZ, A. “Historia de un fracaso: intermediarios, organizaciones y la institucionalización de Weber en México (1937-1957)”. Sociológica, vol. 67, n. 23, 2008, pp.149-92 .

NOVA RAMÍREZ, V. E. Arnaldo Orfila Reynal. El editor que marcó los cánones de la edición latinoamericana. Master dissertation. Cidade do México, Universidad Nacional Autónoma de México, 2013.

PEIXOTO, F. Á. “Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileiras (1930-1960)”, in S. Miceli (org.). História das ciências sociais no Brasil, vol. 1. São Paulo, Vértice/Idesp/Finep, 1989, pp. 477-532.

PIRES, P. R. A marca do z: a vida e os tempos do editor Jorge Zahar. Rio de Janeiro, Zahar, 2017.

PONTES, H. Destinos mistos. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.

PRADO JUNIOR, C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo, Brasiliense, 1994.

PRADO JUNIOR, C. “Métodos sociológicos”. Fundamentos, 4, 1948.

PULICI, C. Entre sociólogos. São Paulo. Edusp, 2008.

REGO, J. M. “Entrevista com Enzo Faletto”. Tempo Social, v. 19, n. 1, 2007, pp. 189-213.

REYNA, J. L. “Enzo Faletto (1935-2003): un intelectual latinoamericano”, in Recuerdos de la Flacso. Santiago de Chile, Flacso, 2007.

RICUPERO, B. Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil. São Paulo, Editora 34/Fapesp, 2000.RODRIGUES, L. S. A produção social do marxismo universitário em São Paulo: mestres, discípulos e um seminário (1958-1978). Tese de doutorado. São Paulo, USP, 2011.

SALLUM JÚNIOR, B. “Notas sobre o surgimento da Sociologia Política em São Paulo”. Política & Sociedade, n. 1. Florianópolis, 2002.

SORÁ, G. Editar desde la izquierda: la agitada história del Fondo de Cultura Económica y de Siglo XXI. Cidade do Mexico, Siglo XXI, 2017.

WAIZBORT, L. “O mal-entendido da democracia: Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil, 1936”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 26, n. 76, 2011.

WEGNER, R. A conquista do Oeste: a fronteira na obra de Sérgio Buarque de Holanda. Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2000.

YOCELEVZKY, R. “Las contribuciones de Enzo Faletto al pensamiento latinoamericano”. Estudios Sociológicos, vol. XXII, n. 1, 2004, pp. 185-201.

Downloads

Publicado

2022-06-28

Edição

Seção

Dossiê bicentenário da independência: Cultura e Sociedade

Como Citar

BLANCO, Alejandro; JACKSON, Luiz Carlos. O Brasil na América Latina. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 133, p. 77–96, 2022. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i133p77-96. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/199286.. Acesso em: 26 abr. 2024.