A questão nacional no Centenário da Independência: uma nação em busca da modernidade

Autores

  • Marly Motta Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i133p63-76

Palavras-chave:

modernidade, geração de 22, questão nacional, memória

Resumo

A proposta do artigo é analisar a mobilização da intelectualidade brasileira no intuito de construir um Brasil moderno por ocasião da celebração dos cem anos da Independência (1922). Marcada pela missão de “fecundar ideias singulares”, nem por isso a “geração de 22” se furtou a buscar a modernidade através de uma integração crítica e seletiva das ideias que então circulavam na Europa. Essa integração desemboca em duas correntes de pensamento – a tradição e a vanguarda –, que disputam o papel de porta-vozes exclusivos do que deveria ser o Brasil moderno. Como resultado dessa busca por um “novo” país, examinamos o projeto intelectual que visou à desqualificação do Rio de Janeiro como “cabeça da nação”, e sua substituição por São Paulo, lócus de produção de uma nova identidade nacional.

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Biografia do Autor

  • Marly Motta, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro

    Professora aposentada da FGV/RJ e autora de, entre outros, A nação faz cem anos: a questão nacional no Centenário da Independência (Editora FGV).

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Publicado

2022-06-28

Edição

Seção

Dossiê bicentenário da independência: Cultura e Sociedade

Como Citar

MOTTA, Marly. A questão nacional no Centenário da Independência: uma nação em busca da modernidade. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 133, p. 63–76, 2022. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i133p63-76. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/199486.. Acesso em: 2 maio. 2024.