Pensamento econômico no Brasil na época da Independência

Autores

  • Alexandre Macchione Saes Universidade de São Paulo
  • Ivan Colangelo Salomão Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i132p165-184

Palavras-chave:

Pensamento econômico, Independência do Brasil, José da Silva Lisboa

Resumo

O artigo discute a evolução do pensamento econômico no Brasil durante a época de sua Independência. Aproximadamente três décadas, entre os séculos XVIII e XIX, que marcam um período de transições: das independências americanas, da Revolução Francesa, da Revolução Industrial inglesa e, no que diz respeito ao pensamento econômico, da difusão das ideias da economia política clássica. No confronto entre essas ideias e a prática da economia colonial, a assimilação da economia política no Brasil realizada pela geração de d. Rodrigo de Sousa Coutinho, José da Silva Lisboa e José Bonifácio de Andrada e Silva implicou tendência contraditória de difícil conciliação entre interesses metropolitanos e coloniais e a manutenção de práticas mercantilistas em meio a concepções liberais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Alexandre Macchione Saes, Universidade de São Paulo

    Professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

  • Ivan Colangelo Salomão, Universidade Federal do Paraná

    Professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

Referências

AIDAR, B. “Pensar a riqueza do Brasil colonial: das descrições à economia política”, in T. Gambi; D. Cosentin (orgs.). História do pensamento econômico: pensamento econômico brasileiro. Rio de Janeiro/São Paulo, Eduff/Hucitec, 2019.

ALEXANDRE, V. Os sentidos do Império. Questão nacional e questão colonial na crise do antigo regime português. Porto, Edições Afrontamentos, 1993.

ANJOS, J. A. dos. José Bonifácio, primeiro chanceler do Brasil. Brasília, Fundação Alexandre de Gusmão, 2008.

ARRUDA, J. J. de A. “José da Silva Lisboa: texto e contexto”, in Historiografia: teoria e prática. São Paulo, Alameda, 2014.

AZEVEDO, C. M. M. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

BARBOSA, F. de A. “José Bonifácio e seu papel na Independência”, in E. de C. Falcão (org.). Obras científicas, políticas e sociais de José Bonifácio de Andrada e Silva. Volume III. São Paulo, Revista dos Tribunais,1965.

CAIRU, J. da S. L. Estudos do bem-commum e economia politica ou sciencia das leis naturaes e civis de animar e dirigir a geral industria, e promover a riqueza nacional, e prosperidade do estado. Rio de Janeiro, Impressão Régia, 1819-20.

CAIRU, J. da S. L. Inviolabilidade da Independencia, e gloria do Imperio do Brasil sustentada a pezar [sic] da carta de ley: reflexoens contra as reflexoens de M. Chapuis, por hum brasileiro. Rio de Janeiro, Imperial Typographia de Plancher Impressor-Livreiro de S. M. I., 1826.

CAIRU, J. da S. L. Observações sobre a franqueza da industria, e estabelecimento de fabricas no Brazil. Rio de Janeiro, Impressão Régia, 1810.

CAIRU, J. da S. L. Observações sobre o commercio franco no Brazil pelo author dos Principios de Direito Mercantil. Rio de Janeiro, Impressão Régia, 1808-1809.

CARDOSO, J. L. “Nas malhas do Império: a economia política e a política colonial de d. Rodrigo de Sousa Coutinho”, in J. L. Cardoso (org.). A economia política e os limites do Império luso-brasileiro (1790-1822). Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001.

CARVALHO, D. Desenvolvimento e livre-comércio. As ideias econômicas e sociais do Visconde de Cairu. São Paulo, IPE, 1985.

CASTRO, T. José Bonifácio e a unidade nacional. Rio de Janeiro, Record, 1984.

CHANG, H-J. Chutando a escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo, Editora Unesp, 2004.

COSTA, E. V. da. “Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil”, in C. G. Mota. Brasil em perspectiva. São Paulo, Difel, 1981.

COUTINHO, M. “José da Silva Lisboa, liberalismo e economia política”, in I. Salomão; L. F. Bruzzi Curi. Ideias econômicas no Brasil oitocentista. Porto Alegre, UFRGS Editora (prelo).

FONSECA, G. da. A Revolução Francesa e a vida de José Bonifácio, uma interpretação incômoda. São Paulo, Edart, 1968.

GREMAUD, A. P. Das controvérsias teóricas à política econômica: pensamento econômico e economia brasileira no Segundo Império e na Primeira República (1840-1930). Tese de doutorado. São Paulo, FEA/USP, 1997.

HOBSBAWM, E. J. Da Revolução Industrial Inglesa ao imperialismo. Rio de Janeiro, Forense-Universitária, 1979.

LIMA, A. A. “Época, vida e obra de Cairu”, in J. da S. Lisboa. Princípios de economia política. Rio de Janeiro, Pongetti, 1956.

LIMA, H. F. História do pensamento econômico no Brasil. São Paulo, Editora Nacional, 1978.

MAXWELL, K. “A geração de 1790 e a ideia do Império luso-brasileiro”, in Chocolate, piratas e outros malandros. Ensaios tropicais. São Paulo, Paz e Terra, 1999.

MONTEIRO, N. G. P. de F. “Pombal’s Government: Between Seventh-Century Valido and Enlightened Models”, in G. Paquette (org.). Enlightened Reform in Southern Europe and its Atlantic Colonies, c. 1750-1830. Surrey, Ashgate Publishing, 2009.

NOVAIS, F.; ARRUDA, J. J. de A. “Prometeus e atlantes na forja da nação”. Economia e Sociedade, v. 12, n. 2 (21). Campinas, jul.-dez./2003, pp. 225-43.

NOVAIS, F. “O reformismo ilustrado luso-brasileiro: alguns aspectos”. Revista Brasileira de História, n. 7, 1984, pp. 105-18.

NOVAIS, F. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo, Hucitec, 2011.

OLIVEIRA, M. F. de. “Hipólito José da Costa e as ideias econômicas d’O Correio Braziliense”. Intellèctus, ano XVI, n.1, 2017.

PEIXOTO, A. “José Bonifácio de Andrada e Silva. O Patriarca da Independência”, in A. Peixoto; C. Alves (orgs.). José Bonifácio (o velho e o moço). Lisboa, Tipografia dos Diários de Notícias, 1920.

PIMENTA, J. P. A Independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-1822). São Paulo, Hucitec/Fapesp, 2015.

ROCHA, A. P. A economia política na sociedade escravista (um estudo dos textos econômicos de Cairu). São Paulo, Hucitec, 1996.

SILVA, J. B. de A. e. “Apontamentos para a civilização dos índios bárbaros do Reino do Brasil”, in G. C. A. Boehrer. Edição crítica. Lisboa, Agência-Geral do Ultramar, 1963.

SILVA, J. B. de A. e. “Misturemos os negros com as índias”, in M. Dolhnikoff. Projetos para o Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.

SILVA, J. B. de A. e. “Notas sobre a organização política do Brasil, quer como Reino Unido a Portugal, quer como Estado Independente”, in O. T. de Sousa. O pensamento vivo de José Bonifácio. São Paulo, Martins Fontes, 1961a.

SILVA, J. B. de A. e. “Pensamentos e notas”, in O. T. de Sousa. O pensamento vivo de José Bonifácio. São Paulo, Martins Fontes, 1961b.

SILVA, J. B. de A. e. “Manifesto do Príncipe Regente do Brasil aos governos e nações amigas, 6 de agosto de 1822”, in O. T. de Sousa. O pensamento vivo de José Bonifácio. São Paulo, Martins Fontes, 1961c.

SILVA, J. B. de A. e. “Representação à Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura”, in E. de C. Falcão (org.). Obras científicas, políticas e sociais de José Bonifácio de Andrada e Silva. Volume II. São Paulo, Revista dos Tribunais, 1965a.

SILVA, J. B. de A. e. “Elogio Acadêmico da senhora Dona Maria I”, in E. de C. Falcão (org.). Obras científicas, políticas e sociais de José Bonifácio de Andrada e Silva. Volume II. São Paulo, Revista dos Tribunais, 1965b.

WEFFORT, F. Formação do pensamento político brasileiro: ideias e personagens. São Paulo, Ática, 2006.

Downloads

Publicado

2022-04-04

Edição

Seção

Dossiê bicentenário da independência: economia

Como Citar

SAES, Alexandre Macchione; SALOMÃO, Ivan Colangelo. Pensamento econômico no Brasil na época da Independência. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 132, p. 165–184, 2022. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i132p165-184. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/196274.. Acesso em: 26 abr. 2024.