Concepção neotomista do direito natural
Palavras-chave:
Sociabilidade, Historicidade, Consciência Histórica, Lei Natural, Conaturalidade.Resumo
A Filosofia do Direito considera, no seu estudo, diversas doutrinas sobre o Direito Natural. No presente trabalho pretendemos realçar alguns aspectos de uma doutrina que é apresentada como "a herança do pensamento grego e do pensamento cristão", segundo a expressão de Jacques Maritain. Esta doutrina é a de Santo Tomás. Não pretendemos cuidar da sistematização das possibilidades do Direito Natural, segundo diferentes perspectivas metafísicas. O ponto de vista tomista apresenta o Direito Natural como um dado preexistente, na medida em que ele corresponde às exigências da natureza humana. Assim sendo, ele assinala o caminho do Direito Positivo, do qual ele é o paradigma. O sistema de Direito Positivo está necessariamente ligado aos valores que derivam dos princípios do Direito Natural. De acordo com a doutrina tomista, existe um encadeamento entre o Direito Natural e o Direito Positivo. O conjunto dos dados que deriva do Direito Natural condiciona o Direito Positivo. Toda sociedade supõe um sistema jurídico. Por outro lado, todo sistema jurídico supõe o paradigma do Direito Natural. Entretanto, é importante reconhecer que a natureza humana se submete às vicissitudes da história. Ela não é "acabada". O homem é um "ser histórico". Referido elemento tem um papel indiscutível nas dimensões da pessoa humana, segundo estudos da Antropologia Filosófica. A matéria do Direito Natural deve abarcar todos os dados da natureza humana, considerada em sentido histórico. Para atender a estas indicações, o estudo põe em questão o problema do dinamismo do Direito Natural, segundo a perspectiva moderna.
Downloads
Referências
APOSTILAS do Curso de Graduação. Publicação do Centro Acadêmico XI Agosto (ponto n. 10), 1973. p. 132-49.
COPLESTON, Frederick. El Pensamiento de Santo Tomás. Trad. Elza Cecília Frost. México : Fundo de Cultura Económica, 1960. p. 241-260 (Breviário del Fondo de Cultura Econômica, v. 154).
DABIN, Jean. La Philosophie de L'Ordre Juridique Positif spécialement dans les rapports de droit privé. Paris : Sirey, 1929. p. 311-18.
______. Théorie Générale du Droit. Paris : Dalloz, 1969. p. 319-30.
DEL VECCHIO, Giorgio. Lezioni di Filosofia del Diritto, 9. ed. Milão : Giuffré, 1953. p. 37-46.
FISCHL, Johann. Manual de Historia de la Filosofia. Trad. Daniel Ruiz Bueno. Barcelona: Herder, 1968. p. 71-97,133-40,184-97.
HERVADA, Xavier. Introduccion Crítica al Derecho Natural. Pamplona : Ed. Univ. de Navarra, 1981. p. 98-104.
HIRSCHBERGER, Johannes. Breve Historia de la Filosofia. Trad. Alejandro Ros. Barcelona: Herder, 1968. p. 14-77, 91-100, 126-38.
KALINOWSKI, Georges. Concepto, Fundamento y Concrecion del Derecho. Buenos Aires : Abeledo Perrot, 1982. p. 97-108. (Ensaio n.6 sobre Direito Natural e a pessoa humana).
KLIMKE, Federico ; COLOMER, Eusebio. Historia de la Filosofia. 3. ed. Barcelona : Labor, 1961. p. 47-81, 156-68, 293-300.
LECLERCQ, Jacques. Leçons de Droit Naturel. Louvain : Sodété d' Études Morales, Sociales et Juridique, 1947. p. 9-89. t 1: Le fondement du droit et de la societé.
______. Introduccion a las Ciencias Sociales. 2. ed. Trad. José Manuel Gómes Tabanera. Madrid: Guadarama, 1961. p. 123-49.
LUYPEN, W. Fenomenologia del Derecho Natural. Trad. Pedro Martin y de la Cámara. Buenos Aires: Ed. Carlos Lohlé, 1968. p. 89-116.
MARITAIN, Jacque. L' Homme et L' État. 2. ed. Trad. da versão inglesa por Robert e France Dovril Paris: Presses Univ. de France, 1965. p. 69-100.
MESSNER, Johannes. Etica Social, Politica y Económica a la luz del Derecho Natural. Trad. J. L. Barrios Sevilha, J. M . Rodriguez Paniagua e J. E. Diez. Rialp, 1967, p. 38-45, 53-64, 394-416.
MONDIN, Battista. O Homem, Quem é ele? Elementos de Antropologia Filosófica. Trad. R. Leal Ferreira, M. A. S. Ferrari. São Paulo : Paulinas, 1980. p. 284-99.
OLGIATTI Francesco. Il Concetto di Giuridicità in S. Tommaso d' Aquino. Milano, 1955.
PRECIADO HERNANDEZ, Rafael. Lecciones de Filosofia du Derecho. 6. ed. México : Ed. Sus, 1970. p. 243-57.
REALE, Miguel. O conceito de "ratio naturaüs" entre os romanos e Santo Tomás de Aquino. Rev. Faculdade de Direito, São Paulo, v. 38, p. 107-17, jan./dez. 1942.
______. Filosofia do Direito. 9. ed. 1982. p. 632-39.
RECASENS SICHES, Luis. Iusnaturalismos Actuales Comparados. Madrid : Universidad/FD - Seccion de Publicacions e Intercambio, 1970. p. 55-71.
______. La Filosofia del Derecho de Francisco Suárez, con un estudio previo sobre sus antecedentes en la Patristica y en la Escolastica. México : Ed. Jus, 1947. p. 29-40, 61-81.
RENARD, Georges, El Derecho, El Orden y la Razón. Trad. Santiago C. Manterola. Buenos Aires: Desclée de Brouwer, 1947, p. 94-126.
RODRIGUES MOLINERO, Marcellino. Derecho Natural y Historia en el pensamiento europeo contemporaneo. Madrid : Ed. Revista de Derecho Privado, 1973, p. 121-42.
ROMMEN, Heinrich. Le Droit Naturel: Histoire Doctrine. Trad. Emile Marmy. Paris : Egloff, 1945. p. 177-200.
SIMON, René. Moral. Trad. Montesent Kirschner. 5. ed. Barcelona : Herder, 1984. p. 94-105. v.7: Curso de Filosofia Tomista.
STEENBERGHEN, Fernand van. Le Thomisme. Paris : Presses Universitaires de France, 1983. p. 94-105 (CoL Que Sais-Je, n. 587).
TELLES JR., Goffredo. Filosofia ao Direito. São Paulo : Max Limonad. s.d. p. 486-95. T.2
UTZ, Artur. Éthique Sociale. Trad. Vicent Kleiner. Fribourg: Ed. Univ. Fribourg, 1967. p. 77-82. Tomo 2: Philosophie du Droit.
VERDROSS, Alfred. La Filosofia del Derecho del Mundo Ocidental, Visión Panorámica de sus Fundamentos y Principales Problemas. Trad. Mário de la Cueva. México : Centro Estudios Filosoficos, Univ. Autónoma de Mexico, 1962. p. 54-77, 105-13, 119-35, 363-90.
VERNEAUX, Roger. Filosofia del Hombre. Trad. L. Medrano. 5. ed. Barcelona: Herder, 1977. p. 215-34. v.5 : Curso de Filosofia Tomista.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 1990 Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.