O uso de ciclosporina modifica a apresentação clínica e histopatológica da tuberculose depois de transplante renal

Autores/as

  • Eloir BIZ Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • Carlos Alberto Pires PEREIRA Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • Luis Antonio Ribeiro de MOURA Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • Ricardo SESSO Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • Maria Lucia dos Santos VAZ Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • Alvaro Pacheco SILVA FILHO Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • José Osmar Medina PESTANA Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina

Palabras clave:

Tuberculo, Renal transplantat, Cyclospor, Stero

Resumen

A tuberculose é uma das mais frequentes infecções oportunistas encontradas após o transplante renal. A tuberculose foi diagnosticada em 30 de 1.264 pacientes que foram transplantados entre 1976 e 1996 na unidade de Transplante Renal do Hospital São Paulo - UNIFESP e no Hospital Dom Silvério Gomes Pimenta em São Paulo. A incidência de 2,4%, é cinco vezes superior à estimada para população geral brasileira. O diagnóstico foi realizado entre 50 dias a 18 anos após o transplante. Nos pacientes com esquema duplo de imunossupressão (prednisona e azatioprina), a manifestação inicial foi mais tardia, sendo que em 11 dos 13 pacientes ocorreu após os primeiros 3 anos de transplante. Enquanto com esquema tríplice (prednisona, azatioprina e ciclosporina), em 14 de 17 pacientes a doença ocorreu dentro dos primeiros 3 anos. Com esquema duplo de imunossupressão não houve manifestação de doença extra-torácica, em contrapartida com esquema tríplice de imunossupressão a forma de apresentação disseminada ocorreu em 35% dos casos, sendo mais precoce e mais grave. A febre foi o sintoma clínico principal em 90% dos casos. O diagnóstico foi confirmado, em 50% (n=15) através da biópsia dos órgãos envolvidos, em 30% (n=9) através da pesquisa de bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) no escarro, em 7% (n=2) no líquido céfalo-raquidiano e em 13% (n=4) através de necrópsia. O tempo de tratamento da tuberculose variou de 6 a 13 meses. A hepatotoxidade relacionada ao tratamento, ocorreu em três casos. O número de tratamentos prévios de episódios de rejeição e a dose administrada de corticóides foram maiores nos pacientes que morreram com este diagnóstico, quando comparados ao grupo que respondeu ao tratamento. Em conclusão a forma clínica e histopatológica de apresentação da tuberculose é diferente após o transplante em pacientes utilizando ciclosporina, sendo a resposta ao tratamento influenciada pela dose prévia de corticóide.

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Publicado

2000-08-01

Número

Sección

Tuberculosis

Cómo citar

BIZ, E., PEREIRA, C. A. P., MOURA, L. A. R. de, SESSO, R., VAZ, M. L. dos S., SILVA FILHO, A. P., & PESTANA, J. O. M. (2000). O uso de ciclosporina modifica a apresentação clínica e histopatológica da tuberculose depois de transplante renal . Revista Do Instituto De Medicina Tropical De São Paulo, 42(4), 225-230. https://www.revistas.usp.br/rimtsp/article/view/30443