Padrao epidemiologico das oclusopatias muito graves em adolescentes brasileiros

Autores

  • Karen Glazer Peres Universidade Federal de Santa Catarina; Centro de Ciencias da Saude
  • Paulo Frazao Universidade de Sao Paulo; Faculdade de Saude Publica; Departamento de Pratica de Saude Publica
  • Angelo Giuseppe Roncalli Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Centro de Ciencias da Saude; Departamento de Odontologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.3.76759

Resumo

OBJETIVO: Descrever o padrão de distribuição das oclusopatias em adolescentes brasileiros e identificar fatores associados a esse agravo bucal. MÉTODOS: Foram analisados dados de 7.328 e 5.445 adolescentes de 12 e 15-19 anos, respectivamente, participantes da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil 2010). O desfecho foi oclusopatia muito grave segundo o índice de estética dental. As variáveis de exposição foram sexo, cor da pele, renda familiar mensal, número de bens, aglomeração no domicílio, cárie não tratada, perda dentária, uso, frequência e motivo da consulta odontológica. Foram conduzidas análises de regressão logística considerando a complexidade do desenho amostral, com base em modelo hierarquizado. RESULTADOS: Prevalência de oclusopatia muito grave foi observada em 6,5% e 9,1% nos jovens de 12 e 15-19 anos, respectivamente. Após análise ajustada, a chance do desfecho foi 1,59 (IC95% 1,08;2,34) vez maior nos pardos e pretos em relação aos brancos e 2,66 (IC95% 1,26;5,63) vezes maior dentre aqueles com perda de pelo menos um primeiro molar aos 12 anos. Jovens de 15-19 anos cuja renda familiar mensal foi de até R$ 1.500,00 (OR 2,69 [IC95% 1,62;4,47]) e aqueles que consultaram o dentista para tratamento (OR 2,59 [IC95% 2,55;4,34]) apresentaram maior chance de oclusopatia muito grave quando comparados aos de maior renda e que procuraram o dentista para prevenção. CONCLUSÕES: A distribuição das oclusopatias em adolescentes brasileiros segue o padrão de iniquidade social de outros agravos à saúde. Essas informações são úteis para a formulação de critérios relacionados tanto com a distribuição e provisão de recursos quanto com as prioridades de tratamento ortodôntico fundamentados no princípio da equidade da atenção à saúde bucal.

Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Peres, K. G., Frazao, P., & Roncalli, A. G. (2013). Padrao epidemiologico das oclusopatias muito graves em adolescentes brasileiros. Revista De Saúde Pública, 47(supl. 3), 109-117. https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.3.76759