Fatores associados a sintomas osteomusculares em profissionais que trabalham sentados

Autores/as

  • Anália Rosário Lopes Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza. Curso de Medicina. Foz do Iguaçu, PR, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3822-6107
  • Celita Salmaso Trelha Universidade Estadual de Londrina. Departamento de Fisioterapia. Londrina, PR, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5643-9002
  • Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Departamento de Enfermagem Geral e Especializada. Ribeirão Preto, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2364-5787
  • Roberta Alvarenga Reis Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Odontologia. Departamento de Odontologia Preventiva e Social. Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0003-3286-6071
  • Maria José Bistafa Pereira Universidade de Ribeirão Preto Campus Ribeirão. Programa de Mestrado Profissional Educação em Saúde. Ribeirão Preto, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-6240-0048
  • Claudia Benedita dos Santos Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública. Ribeirão Preto, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7241-7508

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002617

Palabras clave:

Saúde do trabalhador, Medidas de associação, exposição, risco ou desfecho, Transtornos traumáticos cumulativos, Postura, Estilo de vida sedentário

Resumen

OBJETIVOS: Estimar a prevalência de sintomas osteomusculares e analisar os fatores a eles associados em profissionais de setores administrativos que trabalham predominantemente na postura sentada. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal com dados obtidos de 451 trabalhadores de instituição pública federal na região Sul do país. A variável dependente foi o número de sintomas osteomusculares nos últimos 12 meses, aferido utilizando-se o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. Foram investigadas 19 variáveis independentes, divididas em quatro categorias: características sociodemográficas, comportamentais, ocupacionais e de saúde. Foi realizada análise univariada e, na sequência, regressão múltipla de Poisson com variância robusta. As variáveis independentes foram inseridas em blocos com critério backward stepwise, considerando o valor para estatística de Wald igual a 0,20. As medidas de efeito foram expressas em aumento relativo (AR) no valor médio, sendo os dados analisados para um nível de significância de 5%. RESULTADOS: A prevalência estimada de sintomas osteomusculares nos últimos 12 meses foi de 90% (intervalo de confiança – IC95% 87–93). No modelo final da análise de regressão, as variáveis sexo feminino (AR = 14,75%), índice de capacidade para o trabalho baixo (AR = 100,02%) e moderado (AR = 64,06%), uso de medicamentos (AR = 48,06%) e circunferência da cintura em risco (AR = 15,59%) tiveram associação significativa com o aumento da média de sintomas; já a escolaridade com ensino técnico atuou como fator de proteção, reduzindo a média em 36,46%. CONCLUSÕES: A alta prevalência de sintomas osteomusculares encontrada e os fatores associados indicam a necessidade de propor ações e cuidados específicos para essa população, como tratamento imediato dos sintomas e mudanças na organização e no ambiente laboral, a fim de alcançar equilíbrio e harmonia nas exigências do trabalho sentado prolongado e evitar o impacto dessa condição na saúde pública. DESCRITORES: Saúde do Trabalhador. Medidas de Associação, Exposição, Risco ou Desfecho. Transtornos Traumáticos Cumulativos. Postura. Estilo de Vida Sedentário.

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Publicado

2021-04-02

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Lopes, A. R., Trelha, C. S. ., Robazzi, M. L. do C. C., Reis, R. A., Pereira, M. J. B., & Santos, C. B. dos. (2021). Fatores associados a sintomas osteomusculares em profissionais que trabalham sentados. Revista De Saúde Pública, 55, 2. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002617