Masculinidade e vulnerabilidade ao HIV de homens heterossexuais, São Paulo, SP

Autores/as

  • Iara Guerriero Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia; Núcleo de Estudos para Prevenção da Aids
  • José Ricardo CM Ayres Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Norman Hearst University of California; Department of Family and Community Medicine

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000500008

Palabras clave:

Homens, Heterossexualidade, Vulnerabilidade, HIV, Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^spreven, Conhecimentos, atitudes e prática, Sexualidade, Preservativos, Doenças sexualmente transmissíveis^i1^spreven, Fatores de risco, Infecções por HIV^i1^spreven, Gênero

Resumen

OBJETIVO: Identificar aspectos da masculinidade relacionados à vulnerabilidade dos homens à infecção pelo HIV. MÉTODOS: Pesquisa qualitativa realizada com homens motoristas de ônibus e integrantes de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) em uma empresa de transportes coletivos na cidade de São Paulo, SP. Foram gravadas e transcritas dez entrevistas individuais e quatro oficinas de sexo seguro. Seu conteúdo foi disposto e discutido em blocos temáticos relacionados à sexualidade, à infidelidade, ao preservativo, às doenças sexualmente transmissíveis e à Aids. RESULTADOS: São aspectos que tornam os homens mais vulneráveis: sentir-se forte, imune a doenças; ser impetuoso, correr riscos; ser incapaz de recusar uma mulher; considerar que o homem tem mais necessidade de sexo do que a mulher e de que esse desejo é incontrolável. A infidelidade masculina é considerada natural; a feminina é atribuída a deficiências do parceiro. A decisão por usar ou não camisinha é feita pelo homem; a mulher só pode solicitá-la para evitar gravidez. A não-utilização da camisinha é atribuída a: estética, alto custo, medo de perder a ereção, perda de sensibilidade no homem e na mulher. Os entrevistados não se consideram vulneráveis ao HIV nem a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e confundem suas formas de transmissão. CONCLUSÕES: A idéia de que ser homem é ser um bom provedor para a família e ter responsabilidade pode constituir um aspecto que favoreça a prevenção, já que pode levá-los a usar camisinha como contraceptivo e para não trazer doenças para casa. É importante conhecer e intervir sobre as concepções de masculinidade, não só porque elas podem contribuir para aumento da vulnerabilidade ao HIV, mas também porque podem apontar caminhos mais efetivos para a prevenção.

Publicado

2002-08-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Guerriero, I., Ayres, J. R. C., & Hearst, N. (2002). Masculinidade e vulnerabilidade ao HIV de homens heterossexuais, São Paulo, SP . Revista De Saúde Pública, 36(4 supl.0), 50-60. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000500008