Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção primária à saúde

Autores/as

  • Lilia Blima Schraiber Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Ana Flávia PL d'Oliveira Secretaria de Estado da Saúde; Centro de Saúde-Escola Samuel B. Pessoa
  • Ivan França-Junior Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-Infantil
  • Adriana A Pinho Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-Infantil

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000400013

Palabras clave:

Violência doméstica, Saúde da mulher, Mulheres maltratadas, Serviços de saúde da mulher

Resumen

OBJETIVO: É escasso o conhecimento sobre a ocorrência de violência contra a mulher no contexto brasileiro. A questão raramente aparece nos diagnósticos e nas condutas realizados nos serviços de saúde, apesar da magnitude e das importantes repercussões dessa forma de violência nas condições de saúde da população. Buscou-se encontrar casos de violência contra a mulher, identificando a natureza do ato perpetrado, a qualidade/gravidade da violência e a relação do(a) agressor(a) com a mulher. MÉTODOS: O estudo foi realizado no Município de São Paulo, entre usuárias de uma unidade básica de saúde, durante dois meses, em 1998. A busca ativa de casos de violência e sua freqüência foi realizada mediante entrevista padronizada, aplicada a todas as mulheres de 15 a 49 anos que foram atendidas no período da pesquisa. Foram entrevistadas 322 mulheres. RESULTADOS: Ao todo, 143 usuárias (44,4%; IC95%=38,9-49,8%) relataram pelo menos um episódio de violência física na vida adulta, sendo que, em 110 casos, o ato de violência partiu de companheiros ou familiares (34,1%; IC95%=28,9-39,3%). Relataram a ocorrência de pelo menos um episódio de violência sexual na vida adulta 37 mulheres (11,5%; IC95%=8,0-14,9%); em 23 casos, os autores da ação eram companheiros ou familiares (7,1%; IC95%=4,3-9,9%). CONCLUSÕES: Assim como já demonstrado em outros países, a violência física e sexual teve alta magnitude entre as mulheres usuárias dos serviços básicos de saúde. Os companheiros e familiares são os principais perpetradores, e os casos são, em sua maioria, severos e repetitivos.

Publicado

2002-08-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Schraiber, L. B., d'Oliveira, A. F. P., França-Junior, I., & Pinho, A. A. (2002). Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção primária à saúde . Revista De Saúde Pública, 36(4), 470-477. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000400013