Partos domiciliares acidentais na região sul do Município de São Paulo

Autores/as

  • Márcia Furquim de Almeida Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Gizelton Pereira Alencar Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Maria Hillegonda Dutilh Novaes USP; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Ivan França Jr USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno Infantil
  • Arnaldo Augusto Siqueira USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno Infantil
  • Daniela Schoeps Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Oona Campbell London School of Hygiene and Tropical Medicine; Department of Epidemiology
  • Laura Rodrigues London School of Hygiene and Tropical Medicine; Department of Epidemiology

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000300006

Palabras clave:

Parto domiciliar acidental, Mortalidade fetal, Mortalidade neonatal, Fatores socioeconômicos, Acesso aos serviços de saúde

Resumen

OBJETIVO: Identificar a freqüência, o risco de mortalidade fetal e neonatal precoce e os determinantes do parto domiciliar acidental. MÉTODOS: Estudo caso-controle de base populacional sobre mortes fetais e neonatais precoces realizado na região sul do Município de São Paulo. Foram coletados dados em entrevistas domiciliares e de prontuários hospitalares. Os motivos referidos pelas mães para a ocorrência de partos domiciliares foram obtidos nas entrevistas. Os fatores de risco para o parto domiciliar foram obtidos comparando-se com os partos hospitalares. Os dados foram analisados separadamente para perdas fetais, óbitos neonatais e sobreviventes. Foram utilizadas odds ratio, intervalo de confiança de 95% e o teste exato de Fisher para avaliar os fatores de risco e estimar o risco de morte. RESULTADOS: A freqüência de partos domiciliares de 0,2% no Sistema de Informações de Nascidos Vivos está sub-notificada. Quando ajustada, passa a ser de 0,4%, compatível com a encontrada em algumas cidades da Europa. Todos os partos domiciliares identificados foram acidentais. O parto domiciliar acidental está associado ao aumento da mortalidade fetal e neonatal precoce. Características sociais das mães e da gestação estão associadas à ocorrência de partos domiciliares acidentais, e não são sempre as mesmas para os três tipos de desfecho (óbito fetal, óbito neo-natal precoce e sobreviventes). A falta de transporte para o hospital foi indicada como motivo para os partos domiciliares por 30% das mães. Falhas do sistema de saúde em reconhecer a iminência do parto e a não disponibilidade de atendimento de urgência contribuíram para a ocorrência de alguns partos domiciliares. CONCLUSÕES: Apesar de serem eventos raros, pelo menos em área urbana, os partos domiciliares acidentais devem merecer atenção específica, já que acarretam aumento do risco de morte e parecem ser evitáveis.

Publicado

2005-06-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Almeida, M. F. de, Alencar, G. P., Novaes, M. H. D., França Jr, I., Siqueira, A. A., Schoeps, D., Campbell, O., & Rodrigues, L. (2005). Partos domiciliares acidentais na região sul do Município de São Paulo . Revista De Saúde Pública, 39(3), 366-375. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000300006