Proliferação das rupturas paradigmáticas: o caso da medicina baseada em evidências

Autores

  • Paulo Roberto Vasconcellos-Silva Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública
  • Luis David Castiel Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000300024

Palavras-chave:

Medicina baseada em evidências, Metanálise, Paradigma, Publicações periódicas

Resumo

O presente trabalho descreve o fenômeno da proliferação das rupturas paradigmáticas publicadas na literatura biomédica. É discutida a distorção que, com o passar das décadas, atribuiu um sentido oposto ao original proposto por Thomas Khun. Na sua grande maioria percebemos que essas pseudo-rupturas se relacionam meramente a detalhes técnicos ligados a contextos específicos. Destaca-se o caso da medicina baseada em evidências (MBE), anunciada como uma dessas rupturas, em cuja essência se reafirmam antigas concepções. Alguns equívocos conceituais são enfatizados como tentativas de aplicar os pressupostos da MBE a fenômenos ligados à subjetividade e à dinâmica social, além de outros objetos de estudo peculiares às ciências sociais. São citadas 12 metanálises inconclusivas, que originam paradoxos quando estudados por esta via. A crítica a alguns aspectos da MBE é sintetizada pelo de seu efeito de confundimento epistemológico. Há imprecisões conceituais do termo relacionadas ao efeito de "entrincheiramento", ao qual são induzidos outros modelos epistemológicos não alinhados, assim como a tendência à compreensão universal dos fenômenos pela perspectiva dos estudos duplo-cego randomizados.

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Publicado

2005-06-01

Edição

Seção

Opinião

Como Citar

Vasconcellos-Silva, P. R., & Castiel, L. D. (2005). Proliferação das rupturas paradigmáticas: o caso da medicina baseada em evidências . Revista De Saúde Pública, 39(3), 498-506. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000300024