Tendências da epidemia de Aids no Brasil após a terapia anti-retroviral

Autores/as

  • Inês Dourado Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva
  • Maria Amélia de S M Veras Santa Casa de São Paulo; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Medicina Social
  • Dráurio Barreira Instituto de Saúde; Secretaria Estadual de Saúde
  • Ana Maria de Brito Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000800003

Palabras clave:

Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^sprevenção e contr, Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^stendênc, Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^sAgentes anti-, Brasil

Resumen

OBJETIVO: A terapia anti-retroviral disponível no Brasil a partir de 1996, modificou o curso da epidemia de Aids, alterando sua evolução e tendências. Nesse sentido, o estudo teve por objetivo avaliar a epidemia da Aids no Brasil, nos seus aspectos epidemiológicos. MÉTODOS: Estudo realizado a partir de bases de dados do Ministério da Saúde que caracterizavam a evolução temporal da Aids nas macrorregiões brasileiras, de 1990 a 2003. Foram utilizados modelos de regressão exponencial, ajustados à série temporal de 1990 a 1996 e estimados valores esperados para toda a série. RESULTADOS: O percentual de internações não se modificou no tempo, mas ocorreu diminuição de hospitalizações entre os usuários de terapia anti-retrovial. Houve um incremento de 2,7 vezes no número de indivíduos em uso da terapia, de 1997 a 2003. Incidência e mortalidade apresentaram crescimentos uniformes até 1995, em todas as regiões. A partir de 1996, verificou-se uma redução progressiva da mortalidade, embora a incidência continue crescendo. Em todas as regiões, exceto a Norte, as incidências esperadas foram maiores do que as observadas nos últimos anos, embora as diferenças somente tenham atingido níveis de significância estatística nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. CONCLUSÕES: As mudanças observadas no perfil de morbi-mortalidade da epidemia de Aids no Brasil poderiam ser explicadas pelo amplo acesso a terapia anti-retroviral. Tal fato representou um impacto importante sobre a mortalidade por HIV/Aids, porém, outros fatores devem ser considerados, como idade da epidemia, medidas de prevenção, conhecimento sobre HIV/Aids e anos de escolaridade.

Publicado

2006-04-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Dourado, I., Veras, M. A. de S. M., Barreira, D., & Brito, A. M. de. (2006). Tendências da epidemia de Aids no Brasil após a terapia anti-retroviral . Revista De Saúde Pública, 40(supl.), 9-17. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000800003