Hospitais gerais filantrópicos: novo espaço para a internação psiquiátrica

Autores/as

  • Cristina Larrobla Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria
  • Neury José Botega Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000010

Palabras clave:

Serviços de saúde mental^i1^sorganização e administra, Serviços de saúde mental^i1^srecursos huma, Pacientes internados, Hospitalização, Ocupação de leitos, Hospitais filantrópicos, Hospitais gerais, Administração hospitalar

Resumen

OBJETIVO: Estudar o processo de instalação de enfermarias de psiquiatria em hospitais gerais filantrópicos e descrever suas características e práticas terapêuticas. MÉTODOS: Foram selecionadas 10 instituições em cidades dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina, no ano de 2002. Realizaram-se 43 entrevistas semi-estruturadas, no mínimo três em cada instituição, com profissionais de saúde, baseadas nos seguintes eixos temáticos: processo de instalação do serviço, modelo terapêutico e situação atual. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas e submetidas a análise de conteúdo. RESULTADOS: As instituições localizam-se em cidades onde não havia hospitais psiquiátricos. Cinco hospitais reservam leitos para pacientes psiquiátricos em enfermarias de clínica médica. Em seis instituições, a proposta terapêutica centra-se numa abordagem farmacológica. Na falta de recursos e de planejamento terapêutico, a internação de pacientes mais agitados aumenta a resistência da comunidade hospitalar. As restrições relativas à realização de exames complementares, quando da internação psiquiátrica, constituem outra barreira a ser superada. Falta intercâmbio entre autoridades e direções dessas instituições, obrigadas a exceder quotas de internação devido à demanda de cidades vizinhas. CONCLUSÕES: Na instalação das enfermarias de psiquiatria em hospitais gerais filantrópicos houve a confluência de demanda local com vontades individuais. Apesar do evidente empenho e flexibilidade dos profissionais, ainda não se pode falar em consolidação desses serviços diante das várias dificuldades a serem superadas: resistência local à internação psiquiátrica, restrições econômicas, capacitação profissional deficitária e ausência de um modelo terapêutico que vá além da abordagem farmacológica.

Publicado

2006-12-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Larrobla, C., & Botega, N. J. (2006). Hospitais gerais filantrópicos: novo espaço para a internação psiquiátrica . Revista De Saúde Pública, 40(6), 1042-1048. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000010