Usuários de drogas injetáveis e terapia anti-retroviral: percepções das equipes de farmácia

Autores/as

  • Chizuru Minami Yokaichiya Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
  • Wagner dos Santos Figueiredo Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Lilia Blima Schraiber Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000900005

Palabras clave:

Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^squimotera, Agentes anti-HIV^i1^sprovisão e distribui, Anti-retrovirais^i1^sprovisão e distribui, Abuso de substâncias por via intravenosa, Serviços de assistência farmacêutica^i1^sét, Equipe de assistência ao paciente^i1^sét, Conhecimentos^i1^satitudes e prática em sa

Resumen

OBJETIVO: Compreender as percepções das equipes de farmácia sobre seu papel nos desafios assistenciais e adesão aos anti-retrovirais de usuários de drogas injetáveis vivendo com HIV/Aids. MÉTODOS: Estudo qualitativo por grupos focais e análise temática das falas produzidas com farmacêuticos, técnicos e auxiliares com experiência superior a seis meses na dispensação de medicamentos, de 15 unidades assistenciais de DST/Aids do município de São Paulo, em 2002. RESULTADOS: Formaram-se três grupos, totalizando 29 participantes, provenientes de 12 dos 15 serviços existentes, com 12 universitários e 17 profissionais de nível médio. Os grupos concluíram que a farmácia tem importante papel na dispensação de anti-retrovirais, o que se reflete na adesão ao tratamento, pois por meio de seus procedimentos podem ser construídas relações de confiança. Avaliam, porém, que tal construção não ocorra pela excessiva burocratização de suas atividades. Isso repercute negativamente para todos os pacientes, em especial sobre usuários de drogas injetáveis, concebidos como "pessoas difíceis". Tal concepção essencializa seus comportamentos: seriam confusos, com limites de compreensão e sem possibilidades de adesão ao tratamento. Os profissionais, porém, afirmam que tratam esses pacientes tal como os demais, igualando-os. Não percebem neste proceder, uma invisibilização das necessidades específicas dos usuários de drogas injetáveis no serviço, bem como a possibilidade de gerarem estereótipos estigmatizantes com barreira adicional ao trabalho da adesão. CONCLUSÕES: Embora a farmácia seja indicada como espaço potencialmente favorável para escuta e construção de vínculos com os usuários, os resultados mostram obstáculos objetivos e subjetivos para torná-la propícia para trabalhar a adesão.

Publicado

2007-12-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Yokaichiya, C. M., Figueiredo, W. dos S., & Schraiber, L. B. (2007). Usuários de drogas injetáveis e terapia anti-retroviral: percepções das equipes de farmácia . Revista De Saúde Pública, 41(suppl.2), 14-21. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000900005