Implementação da estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância no Nordeste, Brasil

Autores

  • João Joaquim Freitas do Amaral Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Medicina; Departamento de Saúde Materno Infantil
  • Cesar Gomes Victora Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Álvaro Jorge Madeiro Leite Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Medicina; Departamento de Saúde Materno Infantil
  • Antonio José Ledo Alves da Cunha Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina; Departamento de Pediatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000400004

Palavras-chave:

Saúde da Criança, Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, Serviços de Saúde da Criança, Fatores Socioeconômicos, Desigualdades em Saúde, Estudos Ecológicos

Resumo

OBJETIVO: A maioria das mortes em crianças é evitável. A estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde e Fundo das Nações Unidas para a Infância, pretende reduzir a mortalidade infantil por meio de ações para melhorar o desempenho dos profissionais de saúde, a organização do sistema de saúde e as práticas da família e da comunidade. O artigo teve por objetivo descrever fatores associados à implementação dessa estratégia em três estados do Nordeste do Brasil. MÉTODOS: Estudo ecológico realizado em 443 municípios do Ceará, Paraíba e Pernambuco, em 2006. A distribuição de variáveis independentes econômicas, geográficas, ambientais, nutricionais, organização do serviço de saúde e mortalidade infantil foram comparadas entre os municípios com e sem a estratégia. Esses fatores foram avaliados por meio de modelo hierárquico utilizando regressão de Poisson para o cálculo de razões de prevalências após ajuste para fatores de confusão. RESULTADOS: Dos municípios estudados, 54% possuíam a estratégia: Ceará (65 com e 43 sem), Paraíba (27 com e 21 sem) e Pernambuco (147 com e 140 sem). Após controle para fatores de confusão, os fatores significativamente associados com a ausência da estratégia, foram: menor índice de desenvolvimento humano, menor população e maior distância da capital. CONCLUSÕES: Houve iniqüidade no desenvolvimento da estratégia, pois municípios de maior risco para a saúde infantil apresentaram menores taxas de aplicação de suas ações. São necessárias políticas de saúde que reforcem sua consolidação nos municípios de maior risco de mortalidade infantil.

Publicado

2008-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Amaral, J. J. F. do, Victora, C. G., Leite, Álvaro J. M., & Cunha, A. J. L. A. da. (2008). Implementação da estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância no Nordeste, Brasil . Revista De Saúde Pública, 42(4), 598-606. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000400004