Rastreamento de resultados adversos nas internações do Sistema Único de Saúde

Autores

  • Monica Aguilar Estevam Dias Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
  • Monica Martins Fiocruz; ENSP; Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Nair Navarro Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio; Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000054

Palavras-chave:

Assistência Hospitalar, Qualidade da Assistência à Saúde, Avaliação de Resultados (Cuidados de Saúde), Mortalidade Hospitalar, Sistema Único de Saúde, Segurança do Paciente, Medicina Clínica

Resumo

OBJETIVO: Descrever a frequência de rastreadores de potenciais resultados adversos em internações no Sistema Único de Saúde. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, incluindo as internações de adultos na clínica médica (n = 3.565.811) e clínica cirúrgica (n = 2.614.048) no Brasil em 2007. O Sistema de Informações Hospitalares foi utilizado como fonte de informação. A mensuração dos resultados adversos baseou-se no rastreamento de 11 condições clínicas, definidas em estudos internacionais anteriores, registradas no campo diagnóstico secundário. Foram realizadas análises bivariada e multivariada, no intuito de associar resultado adverso, óbito (variável dependente) e outras variáveis como idade, utilização de unidade de terapia intensiva e realização de cirurgia. RESULTADOS: A frequência obtida foi 3,6 potenciais resultados adversos por 1.000 internações para ambas as clínicas, superior na clínica médica (5,3 por 1.000) em relação à clínica cirúrgica (1,3 por 1.000). Houve diferenças no perfil das internações: na clínica médica predominaram idosos, maior tempo médio de permanência, maior taxa de mortalidade e menor custo total de internação. O rastreador de resultado adverso mais frequente foi pneumonia hospitalar. Choque/parada cardíaca apresentou maior risco de óbito (OR = 5,76) em relação aos demais resultados adversos. Os maiores gastos com internações estiveram relacionados à sepse hospitalar. Os rastreadores de potencial resultado adverso apresentaram altas chances de óbito, mesmo com a introdução de variáveis como uso de terapia intensiva e realização de cirurgia. CONCLUSÕES: A alta frequência de resultados adversos em internações indica a necessidade de desenvolver estratégias de monitoramento e melhorias dirigidas para a segurança do paciente.

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Publicado

2012-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Dias, M. A. E., Martins, M., & Navarro, N. (2012). Rastreamento de resultados adversos nas internações do Sistema Único de Saúde. Revista De Saúde Pública, 46(4), 719-729. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000054