Letalidade e internacoes de pacientes em hemodialise em plano de saude

Autores

  • Sergio Adriano Loureiro Bersan Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Clinica Medica
  • Carlos Faria Santos Amaral Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Clinica Medica
  • Isabel Cristina Gomes Universidade Federal de Minas Gerais; Instituto de Ciencias Exatas; Departamento de Estatistica
  • Mariangela Leal Cherchiglia Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47i3.76669

Resumo

OBJETIVO: Analisar desfechos clínicos de pacientes incidentes em hemodiálise vinculados a operadora de plano de saúde. MÉTODOS: Estudo de coorte de incidentes em hemodiálise em Belo Horizonte, MG, de 2004 a 2008, a partir de registros no banco de dados de operadora de planos de saúde. Variáveis independentes: sexo, idade, tempo entre primeira consulta com nefrologista e início da hemodiálise, tipo do primeiro acesso vascular, diabetes mellitus, tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento e óbito. Variáveis dependentes: tempo entre início da hemodiálise e óbito e tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento >; 7,5 dias. Análise estatística: teste Qui-quadrado de Pearson na análise univariada para os desfechos óbito e tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento; método de Kaplan-Meier para análise de sobrevida; modelo de Cox e regressão Poisson para risco de óbito e chance de tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento >; 7,5 dias. Foi utilizada ferramenta de Business Intelligence para extração dos dados e software Stata(r) 10.0. RESULTADOS: Estudados 311 indivíduos em hemodiálise, 55,5% homens, média de 62 anos (dp: 16,6 anos). A prevalência aumentou 160% no período estudado. Na análise de sobrevivência a mortalidade foi maior entre os mais idosos, nos que não realizaram consulta com nefrologista, fizeram uso de cateter vascular temporário como primeiro acesso, com diabetes mellitus, nos que foram internados no mesmo mês do início da hemodiálise. No modelo de Cox associaram-se a maior risco para óbito a idade avançada, diabetes mellitus, não realizar consulta prévia com nefrologista e internar-se no primeiro mês de hemodiálise. Maior tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento não se associou ao sexo e diabetes. As variáveis não foram significativas na regressão Poisson. CONCLUSÕES: A avaliação pelo especialista antes do início da hemodiálise diminui o risco de óbito na doença renal crônica terminal, enquanto o diabetes e internação no mesmo mês de início da hemodiálise são marcadores de risco para o óbito.

Publicado

2013-06-01

Edição

Seção

Prática de Saúde Pública

Como Citar

Bersan, S. A. L., Amaral, C. F. S., Gomes, I. C., & Cherchiglia, M. L. (2013). Letalidade e internacoes de pacientes em hemodialise em plano de saude. Revista De Saúde Pública, 47(3), 624-633. https://doi.org/10.1590/rsp.v47i3.76669