ERICA: inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros

Autores

  • Felipe Vogt Cureau Norwegian School of Sports Science; Department of Sports Medicine
  • Thiago Luiz Nogueira da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
  • Katia Vergetti Bloch Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
  • Elizabeth Fujimori Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva
  • Dilson Rodrigues Belfort Universidade Federal do Amapá
  • Kênia Mara Baiocchi de Carvalho Universidade de Brasília; Departamento de Nutrição
  • Elisa Brosina de Leon Universidade Federal do Amazonas; Faculdade de Educação Física e Fisioterapia
  • Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Escola Nacional de Ciências Estatísticas
  • Ulf Ekelund Norwegian School of Sports Science; Department of Sports Medicine
  • Beatriz D Schaan Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Serviço de Endocrinologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S01518-8787.2016050006683

Resumo

OBJETIVO Avaliar a prevalência de inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros e sua associação com variáveis geográficas e sociodemográficas. MÉTODOS A amostra foi composta por 74.589 adolescentes participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA). Esse estudo transversal de base escolar com abrangência nacional envolveu adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos de municípios com mais de 100 mil habitantes. A prevalência de inatividade física no lazer foi categorizada de acordo com o volume de prática semanal (< 300; zero min). As prevalências foram estimadas para o total da amostra analisada e por sexo. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para avaliar fatores associados. RESULTADOS A prevalência de inatividade física no lazer foi de 54,3% (IC95% 53,4-55,2), superior no sexo feminino (70,7%, IC95% 69,5-71,9) comparado ao masculino (38,0%, IC95% 36,7-39,4). Mais de um quarto dos adolescentes (26,5%, IC95% 25,8-27,3) referiram não praticar atividade física no lazer, condição mais prevalente no sexo feminino (39,8%, IC95% 38,8-40,9) que no masculino (13,4%, IC95% 12,4-14,4). Para o sexo feminino, as variáveis que se associaram à inatividade física foram: residir nas regiões Nordeste (RP = 1,13, IC95% 1,08-1,19), Sudeste (RP = 1,16, IC95% 1,11-1,22) e Sul (RP = 1,12, IC95% 1,06-1,18); ter 16-17 anos (RP = 1,12, IC95% 1,06-1,15); e pertencer à classe econômica mais baixa (RP = 1,33, IC95% 1,20-1,48). Os mesmos fatores, exceto residir no Sudeste e Sul, também associaram-se com não praticar atividade física no lazer no mesmo grupo. No sexo masculino, além da região, ser mais velho (p < 0,001) e declarar-se indígena (RP = 0,37, IC95% 0,19-0,73) associaram-se à prevalência de não praticar atividade física no lazer. CONCLUSÕES A prevalência de inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros é elevada, apresenta variações regionais e está associada à idade e ao baixo nível socioeconômico. Especial atenção deve ser dada às meninas e aos que não praticam nenhuma atividade física no lazer, a fim de que estes possam adotar estilo de vida mais ativo.

Publicado

2016-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Cureau, F. V., Silva, T. L. N. da, Bloch, K. V., Fujimori, E., Belfort, D. R., Carvalho, K. M. B. de, Leon, E. B. de, Vasconcellos, M. T. L. de, Ekelund, U., & Schaan, B. D. (2016). ERICA: inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros . Revista De Saúde Pública, 50(suppl. 1), 4s. https://doi.org/10.1590/S01518-8787.2016050006683