Utilização e acesso a contraceptivos orais e injetáveis no Brasil

Autores

  • Mareni Rocha Farias Universidade Federal de Santa Catarina; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Ciências Farmacêuticas
  • Silvana Nair Leite Universidade Federal de Santa Catarina; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Ciências Farmacêuticas
  • Noemia Urruth Leão Tavares Universidade de Brasília; Faculdade de Ciências da Saúde; Departamento de Farmácia
  • Maria Auxiliadora Oliveira Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
  • Paulo Sergio Dourado Arrais Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem; Departamento de Farmácia
  • Andréa Dâmaso Bertoldi Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Social
  • Tatiane da Silva Dal Pizzol Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Farmácia; Departamento de Produção e Controle de Medicamentos
  • Vera Lucia Luiza Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
  • Luiz Roberto Ramos Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • Sotero Serrate Mengue Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006176

Resumo

OBJETIVO Analisar a prevalência do uso atual de contraceptivos orais e injetáveis por mulheres brasileiras, segundo variáveis demográficas, socioeconômicas e aspectos relacionados ao acesso a esses medicamentos. MÉTODOS Estudo transversal, analítico, baseado nos dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), de base populacional e amostra probabilística, realizada entre setembro/2013 e fevereiro/2014, em 20.404 domicílios urbanos brasileiros. A prevalência foi calculada a partir do relato das mulheres de 15 a 49 anos, não grávidas, sobre o uso de contraceptivos orais ou contraceptivos injetáveis. As variáveis independentes foram sexo, idade, escolaridade, nível socioeconômico, região geográfica e situação conjugal. Também foram analisados acesso, fontes de financiamento, fontes de obtenção e medicamentos citados. As análises estatísticas consideraram intervalos de confiança de 95% (IC95%) e teste Qui-quadrado de Pearson para avaliação da significância estatística das diferenças entre os grupos, considerando o nível de significância de 5%. RESULTADOS A prevalência de uso de contraceptivos orais (CO) foi 28,2% e de contraceptivos injetáveis (CI), 4,5%. A prevalência de contraceptivos orais foi maior no Sul (37,5%) e menor no Norte (15,7%). Para contraceptivos injetáveis não houve diferença entre as regiões. O acesso foi maior para as usuárias de contraceptivos orais (90,7%) do que de contraceptivos injetáveis (81,2%), assim como o pagamento por desembolso direto (CO 78,1%; CI 58,0%). As usuárias que pagaram pelo contraceptivo compraram na farmácia comercial (CO 95,0% e CI 86,6%) e na Farmácia Popular (CO 4,8% e CI 12,7%). A principal fonte de obtenção gratuita foi o SUS (CO 86,7%; CI 96,0%). Amostra grátis foi citada por 10,4% das usuárias que não pagaram pelos contraceptivos orais. A maioria das usuárias que pagaram, não tentou obter no SUS. Contraceptivos orais combinados monofásico foram os mais citados (71,6%) e a combinação levonorgestrel+etinilestradiol de baixa concentração representou 38,7% destes. Os medicamentos mais citados constam na Relação Nacional de medicamentos Essenciais. CONCLUSÕES A maioria das mulheres entre 15 e 49 anos que referiram usar contraceptivos obteve acesso ao medicamento, usa contraceptivos orais combinados monofásico, de eficácia e segurança adequada, obtido com pagamento do próprio bolso, principalmente, nas farmácias comerciais.

Publicado

2016-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Farias, M. R., Leite, S. N., Tavares, N. U. L., Oliveira, M. A., Arrais, P. S. D., Bertoldi, A. D., Pizzol, T. da S. D., Luiza, V. L., Ramos, L. R., & Mengue, S. S. (2016). Utilização e acesso a contraceptivos orais e injetáveis no Brasil . Revista De Saúde Pública, 50(supl2), 14s. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006176