Aspectos da participação social e a percepção da vizinhança

ELSI-Brasil

Autores

  • Fabiane Ribeiro Ferreira Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Departamento de Fisioterapia
  • Cibele Comini César Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Ciências Econômicas. Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional
  • Fabíola Bof de Andrade Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Paulo Roberto Borges de Souza Junior V Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
  • Maria Fernanda Lima-Costa Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Fernando Augusto Proietti Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000647

Palavras-chave:

Envelhecimento, Idoso, Participação Social, Fatores Socioeconômicos, Redes Comunitárias, Planejamento Ambiental, Inquéritos Epidemiológicos

Resumo

OBJETIVO: Determinar o impacto do entorno físico e social da vizinhança, que se apresentam como facilitadores ou barreiras, para a participação social de adultos mais velhos brasileiros. MÉTODOS: O estudo foi conduzido em amostra probabilística representativa da população brasileira, residente em áreas urbanas, com 50 anos ou mais de idade (n = 7.935). A variável resposta foi participação social, definida a partir de duas perguntas sobre atividades realizadas com outras pessoas: visitou seus amigos ou familiares em suas casas nos últimos 12 meses (sim, não); saiu com outras pessoas para lugares públicos, como restaurante, cinema, clube, praça, nos últimos 12 meses (sim, não). As variáveis explicativas incluíram medo de cair por causa de defeitos nos passeios, preocupação com a dificuldade de subir em ônibus, metrô ou trem, dificuldade em atravessar a rua e percepção de violência na vizinhança. As potenciais variáveis de confusão incluíram faixa etária, situação conjugal, escolaridade, autoavaliação da saúde, residência em rua asfaltada ou pavimentada, tempo de moradia no município e escore de indicador de posição socioeconômica. Razões de prevalência e respectivos intervalos de confiança foram estimados por meio da regressão de Poisson. RESULTADO: A dificuldade em atravessar a rua apresentou associação independente com a restrição para participação social (RP = 0,95; IC95% 0,93–0,98), tanto entre as mulheres (RP = 0,96; IC95% 0,92–0,99) quanto entre os homens (RP = 0,94; IC95% 0,90–0,99). A preocupação com a dificuldade de subir em ônibus, metrô ou trem apresentou associação com o desfecho somente entre os homens (RP = 0,95; IC95% 0,91–0,99). O medo de cair por causa de defeitos nos passeios e a percepção de violência na vizinhança não foram associados à participação social. CONCLUSÕES: Características urbanas que ocasionam dificuldade em atravessar a rua e a acessibilidade ao transporte público podem ser inferidas como importantes barreiras para a participação social de adultos mais velhos brasileiros.

Publicado

2019-01-29

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Ferreira, F. R., César, C. C., Andrade, F. B. de, Souza Junior, P. R. B. de, Lima-Costa, M. F., & Proietti, F. A. (2019). Aspectos da participação social e a percepção da vizinhança: ELSI-Brasil. Revista De Saúde Pública, 52(Suppl 2), 18s. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000647