Duas evidências de validade da ESQUADA e níveis de qualidade da dieta dos brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002397

Palavras-chave:

Adolescente, Adulto, Adulto de Meia Idade, Estudos de Validação, Inquéritos e Questionários, Guias Alimentares, Inquéritos sobre Dietas

Resumo

OBJETIVO Avaliar duas evidências de validade da escala de qualidade da dieta (ESQUADA) para seleção dos itens com melhor discriminação da qualidade da dieta dos brasileiros e propor uma descrição em níveis de escore. MÉTODOS Adolescentes e adultos brasileiros e residentes no país (n = 2.059), responderam a um questionário on-line com 52 itens, compartilhado em redes sociais e listas de correio eletrônico entre março e abril de 2018. Foram aplicados testes estatísticos para análise de evidências de validade e confiabilidade do instrumento. A análise fatorial foi aplicada para estudo da dimensionalidade dos itens do questionário. A teoria de resposta ao item foi aplicada para identificar a discriminação e localização dos itens no continuum , construir a escala e avaliar o comportamento diferencial dos itens quanto ao sexo e idade. RESULTADOS Dentre os 52 itens do questionário, 25 apresentaram maior precisão de medida, com ajuste e confiabilidade adequados. O item sobre o costume de comer alimentos ultraprocessados em casa apresentou a melhor discriminação da qualidade da dieta. Nenhum item apresentou comportamento diferencial quanto a sexo e idade. Na construção da ESQUADA foram identificados cinco níveis de qualidade da dieta: “muito ruim”, “ruim”, “boa”, “muito boa” e “excelente”. Observou-se que enquanto cereais matinais e/ou barrinhas de cereais são consumidos com maior frequência por indivíduos com qualidade da dieta “muito ruim”; castanhas e/ou nozes são consumidos mais frequentemente por aqueles indivíduos com qualidade da dieta “excelente”. CONCLUSÕES A ESQUADA é composta por 25 itens precisos e sem comportamento diferencial para avaliar a qualidade da dieta dos brasileiros. A construção da ESQUADA possibilitou reconhecer consumo e práticas alimentares característicos de cada nível de qualidade da dieta.

Referências

GBD 2017 Risk Factor Collaborators. Global, regional, and national comparative risk assessment of 84 behavioral, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks for 195 countries and territories, 1990-2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet. 2018;392(10159):1923-4. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32225-6 [ Links ]

Monteiro CA, Cannon G. The impact of transnational “Big Food” companies on the South: a view from Brazil. PLoS Med. 2012;9(7):e1001252. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1001252 [ Links ]

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília, DF; 2014. [ Links ]

Morais DC, Moraes LFS, Silva DCG, Pinto CA, Novaes JF, et al. Methodological aspects of dietary quality assessment in Brazil: systematic review. Cienc Saude Coletiva. 2017;22(8):2671-80. https://doi.org/10.1590/1413-81232017228.23502015 [ Links ]

Andrade DF, Tavares HR, Valle RC. Teoria de resposta ao item: conceitos e aplicações. São Paulo: Associação Brasileira de Estatística; 2000. [ Links ]

Santos TSS, Sato PM, Carriero MR, Lopes CP, Segura IE, Scagliusi FB, et al. Qualitative and quantitative analysis of the relevance, clarity, and comprehensibility of the Scale of Quality of Diet (ESQUADA). Arch Latinoam Nutr. 2018;68(4):303-12. [ Links ]

Furr RM, Bacharach VR. Pshychometrics: an introduction. 2. ed. Los Angeles: SAGE Publications; 2014. [ Links ]

Bortolotti SLV, Tezza R, Andrade DF, Bornia AC, Sousa Júnior AF. Relevance and advantages of using the item response theory. Qual Quant. 2013;47:2341-60. https://doi.org/10.1007/s11135-012-9684-5 [ Links ]

Bekman RM. Aplicação dos blocos incompletos balanceados na Teoria da Resposta ao Item. Estud Aval Educ. 2001;(24):119-38. https://doi.org/10.18222/eae02420012202 [ Links ]

Reckase MD. Unifactor latent trait models applied to multifactor tests: results and implications. J Educ Stat. 1979;4(3):207-30. https://doi.org/10.2307/1164671 [ Links ]

Hair JF, Black WC, Babin BJ, Anderson RE, Tatham RL. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre, RS: Bookman; 2009. Capítulo 3, Análise fatorial; p. 100-48. [ Links ]

Samejima FA. Estimation of latent ability using a response pattern of graded scores. Psychometrika. 1969;34:1-97. https://doi.org/10.1007/BF03372160 [ Links ]

Chernyshenko OS, Stark S, Chan KY, Drasgow F, Williams B. Fitting Item Response Theory Models to two personality inventories: issues and insights. Multivariate Behav Res. 2001;36(4):523-62. https://doi.org/10.1207/S15327906MBR3604_03 [ Links ]

Maydeu-Olivares A. Goodness-of-fit assessment of item response theory models. Measurement (Mahwah N J). 2013;11(3):71-101. https://doi.org/10.1080/15366367.2013.831680 [ Links ]

Browne MW, Cudeck R. Alternative ways of assessing model fit. In: Bollen KA, Long JS, editors. Testing structural equation models. Newbury Park, CA: SAGE; 1993. p.136-62. (SAGE Focus; nº 154). [ Links ]

Brown TA. Confirmatory factor analysis for applied research. 2. ed. New York: The Guilford Press; 2015. (Methodology in the Social Sciences). [ Links ]

Zumbo BD. Three generations of DIF analyses: considering where it has been, where it is now, and where it is going. Lang Assess Q. 2007;4(2):223-33. https://doi.org/10.1080/15434300701375832 [ Links ]

De Beer M. Use of Differential Item Functioning (DIF) analysis for bias analysis in test construction. J Ind Psychol. 2004;30(4):52-8. https://doi.org/10.4102/sajip.v30i4.175 [ Links ]

Thissen D, Steinberg L, Gerrard M. Beyond group-mean differences: the concept of item bias. Psychol Bull. 1986;99(1):118-28. https://doi.org/10.1037/0033-2909.99.1.118 [ Links ]

Freitas MCS, Minayo MCS, Fontes GAV. Sobre o campo da Alimentação e Nutrição na perspectiva das teorias compreensivas. Cienc Saude Coletiva. 2011;16(1):31-8. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100008 [ Links ]

Bernal J. La ciencia en la historia. Ciudad de México: Nueva Imagen; 1979. [ Links ]

Menezes MFG, Maldonado LA. Do nutricionismo à comida: a culinária como estratégia metodológica de educação alimentar e nutricional. Rev HUPE. 2015;14(3):82-90. https://doi.org/10.12957/rhupe.2015.19950 [ Links ]

World Health Organization. Global action plan for the prevention and control of noncommunicable diseases 2013-2020. Geneva (CH): WHO; 2013. [ Links ]

Machado PP, Claro RM, Martins APB, Costa JC, Levy RB. Is food store type associated with the consumption of ultra-processed food and drink products in Brazil? Public Health Nutr. 2017;21(1):201-9. https://doi.org/10.1017/S1368980017001410 [ Links ]

Gallup. Seeking indicators of healthy diets. Bern (CH): Swiss Agency for Development and Cooperation; 2016. 64 p. [ Links ]

Fresán U, Gea A, Bes-Rastrollo M, Ruiz-Canela M, Martinez-Gonzalez MA. Substitution models of water for other beverages, and the incidence of obesity and weight gain in the SUN cohort. Nutrients. 2016;8(11):688. https://doi.org/10.3390/nu8110688 [ Links ]

Baltar VT, Cunha DB, Santos RO, Maechioini DM, Sichieri R. Breakfast patterns and their association with body mass index in Brazilian adults. Cad Saude Publica. 2018;34(6):e00111917. https://doi.org/10.1590/0102-311x00111917 [ Links ]

Louzada MLC, Ricardo CZ, Steele EM, Levy RB, Cannon G, Monteiro CA. The share of ultra-processed foods determines the overall nutritional quality of diets in Brazil. Public Health Nutr. 2018 21(1):94-102. https://doi.org/10.1017/S1368980017001434 [ Links ]

Machado PCI, Santos AM, Uggioni PL, Fabri RK, Müller J. Labeling of packaged foods in Brazil: use of terms such as homemade, traditional, and the like. Rev Nutr. 2018;31(1):83-96. https://doi.org/10.1590/1678-98652018000100008 [ Links ]

Publicado

2021-08-16

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Santos, T. S. S., Araújo, P. H. de M., Andrade, D. F. de, Louzada, M. L. da C., Assis, M. A. A. de, & Slater, B. (2021). Duas evidências de validade da ESQUADA e níveis de qualidade da dieta dos brasileiros. Revista De Saúde Pública, 55, 39. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002397

Dados de financiamento