Prematuridade recorrente: dados do estudo “Nascer no Brasil”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003527

Palavras-chave:

Nascimento Prematuro, epidemiologia, Fatores de Risco, Pontuação de Propensão, História Reprodutiva, Inquéritos Epidemiológicos

Resumo

OBJETIVO Descrever e estimar a taxa de prematuridade recorrente no Brasil segundo o tipo de parto, ponderado pelos fatores associados. MÉTODOS Os dados foram obtidos do estudo nacional de base hospitalar “Nascer no Brasil”, realizado em 2011 e 2012, a partir de entrevistas com 23.894 mulheres. Inicialmente foi utilizado o teste qui-quadrado para verificar as diferenças entre os recém-nascidos, segundo a prematuridade prévia e o tipo de prematuridade recorrente. Sequencialmente, aplicou-se o método de ponderação pelo escore de propensão para equilibrar os grupos de acordo com as seguintes covariáveis: idade materna, classificação socioeconômica, tabagismo durante a gravidez, paridade, cesárea anterior, natimorto ou óbito neonatal anterior, hipertensão crônica e diabetes crônica. Por último, foi realizada regressão logística múltipla para estimar a prematuridade recorrente. RESULTADOS Foram analisados 6.701 recém-nascidos. A taxa de prematuridade recorrente foi de 42,0%, considerando todas as mulheres com prematuridade prévia. Dentre os prematuros recorrentes, 62,2% foram espontâneos e 37,8% ocorreram por intervenção-obstétrica. Após a ponderação pelo escore de propensão, verificou-se que mulheres com prematuridade prévia têm 3,89 vezes a chance de terem prematuridade recorrente espontânea (ORaj = 3,89; IC95% 3,01–5,03) e 3,47 vezes a chance de terem prematuridade recorrente por intervenção obstétrica (ORaj = 3,47; IC95% 2,59–4,66), em comparação às mulheres que tiveram recém-nascidos termo completo. CONCLUSÕES A prematuridade prévia revelou-se um forte preditor para sua recorrência. Assim, ampliar e melhorar o monitoramento e manejo de gestantes com história de prematuridade impacta fortemente na redução das taxas e, consequentemente, na redução dos riscos de morbimortalidade infantil no país.

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Publicado

2022-03-11

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Dias, B. A. S., Leal, M. do C., Martinelli, K. G. ., Nakamura-Pereira, M., Esteves-Pereira, A. P., & Neto, E. T. dos S. . (2022). Prematuridade recorrente: dados do estudo “Nascer no Brasil”. Revista De Saúde Pública, 56, 7. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003527

Dados de financiamento